Friday, July 29, 2011


Mesmo no meio da tristeza há beleza. Essa beleza, mais do importância estética, tem um significado imenso e acalentador. Mostra que o caos está dentro de você e que o mundo continua vibrando de forma equilibrada lá fora. É preciso coragem para olhar e humildade para identificar o belo e reconhecer que a vida continua de portas abertas.
Um ser humano pode morrer de sede no meio do mar. Se ele não morrer desidratado, significa que o desejo foi maior que a lucidez e ele bebeu água salgada. A morte não será de sede, mas não será menos sofrida.
Que seja sede, então. E que eu seja forte para aguentar cada efeito ruim da falta de água doce sem perder a esperança de encontrar paz.

Friday, July 22, 2011

O barulho é tão grande que me impede de distinguir os sons, as letras e palavras. Sei que algo foi dito e provavelmente repetido várias vezes, mas todos os pensamentos do mundo resolveram batucar na minha cabeça, fazendo zunir meus ouvidos.
Nesse ponto me pareço com Schopenhauer. Tenho medo do barulho porque ele me impede de pensar claramente.

Tuesday, July 12, 2011

Por que as pessoas esperam por coisas impossíveis de acontecerem? Deve ser o que alguns chamam de fé e que outros, mais centrados provavelmente, chamam de cegueira, alienação ou negação.
O rio não corre para cima, cachorros não falam e um ser humano não consegue abandonar sua verdadeira natureza.
Falo por mim. Não faço uma coisa simplesmente porque é o certo fazê-lo ou porque é decente realizá-lo. Eu vivo em negação. Se me reconheço assim, por que esperar que um semelhante aja diferente?

Saturday, July 02, 2011

Do espaço conheço pouco. Sou capaz de apontar o sol, a lua e as três Marias.
No elemento aquático meus conhecimentos são ligeiramente maiores. Identifico três tipos de coral, sou ciente do movimento das marés, sei que tubarão-baleia não é carnívoro e que baleia não é peixe.
Sendo touro com ascendente em capricórnio, de terra sei um pouco mais. Diferencio areia de terra, sei que existem rochas sedimentares e rochas ígneas. Não nego que há tempo de plantar e tempo de colher, de que tomate é fruta e não legume.
Bem se vê que pouco conheço do mundo. Sou ignorante.
Ignoro principalmente o homem. Pouco sei dessa criatura. Menos ainda sei de mim.
Não sei por qual motivo vou e nem porque fico. Me surpreendo com a quantidade de coisas estranhas que brotam em mim ou de mim.
Raiva? Não consigo imaginar quanto desse veneno pode caber em mim. Quando transpiro essa substância, chego a me assustar.