Monday, October 22, 2012

Heróis

Estou lendo Gandhi - Ambição Nua de Jad Adams.
Sempre desconfio de um herói se ele não for o Wolverine ou meu pai. Churchill, Guevara, Morrison e todos os outros que me vem a mente foram incríveis em uma área e desprezíveis ou mesquinhos em tantas outras. 
Quando sou muito boa com os outros não consigo ser tão bacana comigo. Quando me trato muito bem, acabo relegando um tratamento de segunda classe a minha mãe, por exemplo.
Gandhi não foi diferente. Teve aspectos sinistros e inclusive hipócritas em sua vida. 
Só que Gandhi foi diferente. Terrível para alguns como seus familiares e transformador para outros como milhares de estranhos que nunca cruzaram seu caminho.
Se eu comparar o heroísmo de Gandhi ao do Wolverine ou ao de meu pai ele sairá muito arranhado dessa segunda biografia que leio. Se eu olhar para ele como um homem lutando contra seus próprios demônios me sentirei uma mulher mais normal, humana do tutano até o último fio de cabelo. E talvez eu realize algo bom.
As eleições municipais se aproximam de seu fim em São Paulo. E parece que os pobres paulistanos assim como seus pobres compatriotas brasileiros continuam procurando por um herói que irá salvá-los. Assim ninguém além desse herói será responsável por realizar algo de bom.

Tuesday, October 16, 2012

Vidinha

Bebês carregam todas as possibilidades e esperanças do mundo. 
Como coisinhas tão pequenas que produzem tão pouco podem encher uma vida de sentido? E como eles podem mudar tanto ao se tornarem adultos?
Coração quentinho por conta de um nanico e vontade de assistir Benjamin Button de novo.

Saturday, October 13, 2012

Rinite

Frio e garoa na cidade dos extremos. 
Alguns diriam que é um "belo" feriado prolongado, mas não sinto vontade de reclamar do clima. Pra falar bem a verdade, os dias de folga estão sendo bons mesmo com frio, chuva e alguma melancolia.
O calor me amolece e passo o dia inteiro como que no processo digestivo. Quase todo o sangue do corpo é deslocado para uma função e o resto do sistema vai pro modo slow motion.
No frio fico mais alerta, mais presente. A pele percebe coisas, o paladar não é afetado por uma preguiça monstro e pensando nisso enquanto comia um delicioso chocolate belga eu constatei que meu olfato se tornou uma porcaria. 
Já tive um faro de perdigueiro chegando ao ponto de acordar de uma noite de sono por conta de um cheiro estranho. Hoje vivo dias inteiros quase sem sentir os diferentes aromas que inundam a cidade de São Paulo. Sou capaz de entrar no escritório, sofrer uma crise de tosse que me indica claramente haver algo de errado no ar, mas não perceber o cheiro de cachorro molhado do qual todos os meus colegas reclamam. Parece bobagem e foi assim que eu tratei a questão até hoje, mas não é.
Decidi que quero cheiro na minha vida.