Thursday, December 20, 2007

Reunião de condomínio. O presidente da mesa alerta que a pauta tem tema único: sorteio de vagas da garagem.
Trinta minutos depois as pessoas discutem a reforma do playground e o valor de aluguel do salão de festas.
Minhas pernas não param de sacudir e diminuo o volume do ipod. Minha paciência se esgota e assim como os outros eu levanto o braço e peço a palavra. Depois de duas tagarelas chega a minha vez. Educadamente, solicito que o presidente da mesa me lembre qual seria o tema único da pauta. Entre o zum zum zum que se segue, surge a voz de um vizinho gritando, isso mesmo, vamos sortear as vagas.
Assim que escolhí a minha vaga deixei a balbúrdia para trás. Não pude evitar de me questionar de onde viria essa minha intolerância e de onde viria essa falta de objetividade do ser humano.
Os comentários se foram novamente. Vou trocar o serviço quando a preguiça passar.

Wednesday, November 07, 2007

O mundo amanheceu girando mais rápido. Bem mais rápido.
Acho que vou vomitar.

Tuesday, November 06, 2007

Tava lá no Terra: qual herói você quer na sua vida?
Mentalmente, respondí de bate-pronto: Wolverine, claro. Dois segundos depois: Lara Tomb Raider Croft. Dez segundos depois eu já não quero herói nenhum!
Quero um copo grande de leite da Fazenda mas acabou.
Estranha essa vontade. Especialmente, porque sou eu que a tenho.
Assim como minha mãe teve desejo de tomar muita Coca Cola durante a gestação de meu irmão, ando com vontade de ouvir pessoas não muito próximas contando suas estórias comuns ou mesmo suas histórias cotidianas.
Minha mãe detesta qualquer tipo de refrigerante. Sempre detestou.
BOPE. Copa. Lula. Fase dissilábica e chata ao quadrado.
Nada longo.
Frescor discreto.
O ventinho quase frio e os pingos raros me deram uma sensação conhecida. A música que não me lembro reforçou a sensação.

Monday, October 08, 2007

A lancha bateu num banco de areia.
O email bateu e ficou.
A represa está rasa.
O mundo não é fundo e se eu mergulhasse nas pessoas provavelmente bateria a cabeça antes de chegar ao tronco.
- Acho que você apagou. Você se desligou, né?
- É.

(Quem dera fosse tão fácil desligar a fonte dessas palavras que viram pensamentos)

- Prontinho.
- Obrigada.

Wednesday, September 19, 2007

Sonhei que chegava no escritório de pijama. Pijama branco e meias verdes.
Sonhei com minha avó mas não consigo me recordar o enredo.
Trabalhei.
Comí.
Mais um pouco de trabalho.
Definitivamente as noites têm sido melhores do que os dias. Mesmo na companhia de Morfeu.

Tuesday, September 18, 2007

Demorei para registrar mas o dia pedia um fechamento desse. Saia de casa e tome vento. A gataria livre. Livre.

Noite de ar fresco e música promissora.
Tudo muito bom se não fossem os dias arrastados. Tão pesados que chegam a deixar um rastro pelo chão.

Thursday, September 06, 2007

O dia de branco terminou cedo para que eu sentisse dor e ficasse em condições de encarar um fim de semana ensolarado.
Há tempos não via um fim de tarde tão bonito. Faz tempo que não vejo um final de tarde mas isso não vem ao caso.

Monday, August 27, 2007

Nada de manchetes.
Passagens de uma vida por ora tranquila e um pouco cansada.
Sonhos de verão.

Monday, August 20, 2007

Uma bela corrida dentro do retangulo branco sempre me faz liberar a quantidade de endorfina de que preciso.
O suor misturado com o gol e com os sorrisos me deixa bem. Muito bem.
E é sempre bom conhecer gente nova. Mesmo que seja só para completar algum time na próxima partida.
Noite leve e divertida. Sono tranquilo.
Manhã clara e atribulada. Rotina sufocante.
Nada de Jornal Nacional. Um pouco de Internet.
A memória do meu futuro, a tal preocupação, tomou de assalto os pensamentos mais involuntários.
Misturo azul, o Tao, os momentos de prazer e a tranqueira cognitiva. Bato no liquidificador.
Estou pronta para vomitar.
Dia de sol.
Ar ligeiramente gelado.
Ruas carregadas de carro.
Olho para o lado. Um mulher escovando seus dentes dentro de um Fit. Ela me lembra que não tenho visto nada de novo.

Wednesday, July 25, 2007

Na entrada que uso existem pensamentos de lugares distantes. Distantes e bonitos.
Um monte de corpos. Cadáveres.
Amargura e dor. Vida e sofrimento.
Shakeaspeare ou Tchecov?
Não importa. Ninguém liga desde que seja na entrada ao lado.

Tuesday, July 24, 2007

Vontade de um bom vinho com um bom corte de carne.

Thursday, July 12, 2007

MANIA DA VEZ

Gosto de observar.
Paisagens, objetos, cores, coisas e pessoas. Pessoas, principalmente.
E nas pessoas sempre tento ver o que é único pra então determinar se aquilo me toca.
Difícil demais. Parece que todo mundo gasta seu tempo e sua energia em disfarces. Tudo pra ser parte da manada. Assim os melhores detalhes não são conhecidos e as pessoas mais interessantes não existem.
Mirei profundamente aqueles olhos.
Fechei os meus. Precisava encontrar os pensamentos. Aqueles que importam.
Encontrei-os.
A exaustão tem seus efeitos colaterais nocivos. Entretanto, gosto de alguns sintomas não tão desconfortáveis.
O cansaço provoca irritação mas existe um breve estágio que antecede a falta de paciência total. Nesse estágio fico levemente irriquieta e parece que isso faz bem ao meu senso de humor.
A forma desleixada com a qual me jogo na cadeira e me encosto na parede. A velocidade para responder perguntas mais aceleradamente do que o normal. O estado de alerta vai embora e fico mais leve.
Claro, tudo isso antes da parte tenebrosa que chega quando estou profundamente cansada.
Dia cinzento e úmido.
Músculos e fibras doloridos. Meus braços parecem ter agulhas embutidas.
Imagem interessante! Quase um Wolverine. Será que ele também tem fibromialgia?

Tuesday, July 10, 2007

Penso que isso não é um problema de auto-estima mas com frequência me sinto boba. Simplesmente boba.
E para meu consolo posso roubar um momento FLIP por Paulo José: "O bobo tem tempo para ver, ouvir e olhar o mundo. Vê coisas que os espertos não vêem... E aqui somos todos bobos".

Friday, July 06, 2007

Um brinde ao tato.

Thursday, July 05, 2007

Sou taurina e meus sentidos precisam de um afago.
Sabor levemente apimentado molhado por outro um pouco frutado.
Cores, cabelos e risos distintos.
Perfumes misturados.
Uma tangueira para encher meus ouvidos e meus olhos. Puro charme.

Wednesday, July 04, 2007

Os estranhos amigos se reuniram novamente.
A graça nunca passa. E é simples.
Acho mesmo que as asas da minha depressão foram cortadas.
Manhã de quarta.
O sono parece não querer me deixar.
Noites da semana.
A lua clara e as estrelas visíveis insistem em aparecer para dar um charme maior ao frio escuro.

Monday, June 25, 2007

Amanhã serão 4 anos.
Amanhã farei diferente.
Será uma saudade celebrada!
Os sonhos continuam me perseguindo...
Tem umas coisas cinzentas no céu que parecem ser nuvens. Muito estranho já que para mim o dia está ensolarado.

Saturday, June 23, 2007

Noite clara e estrelada. Linda.
Um pouco de frio.
Um pouco de dúvida.

Manhã clara e ensolarada. Linda.
Um pouco de frio.
Um restinho de dúvida.

Friday, June 22, 2007

Documentário sobre mpb, pão italiano, bom vinho argentino e sardela da Basilicatta. Tudo já ia bem.
Tango eletrônico e companhia analógica. Na verdade a companhia era bem digital.
Sonho?

Tuesday, June 19, 2007

Por onde andaria o barroco?
Barroco que eu ouviria e olharia...
Quase três da manhã.
Três anjos.
Dois cantavam e eu os ouvía.
O outro sorria e eu o olhava. E olhava.

Thursday, June 14, 2007

Primeiro eu imaginei o encontro de dois rios. Solimões e Rio Negro. Corrente na mesma direção.
Depois, pensando bem, me pareceu mais com a pororoca. Duas forças em sentido contrário.
E o que será desse volume de água? O que será de mim?
Apesar da alegria oriunda do momento perfeito, acordei com o amor na garganta.
Os comentários sumiram. Desde a viagem que eu não os vejo mais.
Droga de Enetation.
Quem sabe me sobra algum tempo e eu arrumo isso amanhã.

Wednesday, June 13, 2007

Treino é jogo e jogo é guerra.

Monday, June 11, 2007

De volta ao país e a cidade.
De volta ao apartamento e ao que parece ter ficado suspenso nos últimos dias.
Alma de tango. Assim me sinto.

Sunday, June 10, 2007

Hoje voltarei.
Voltarei.
Refarei o mesmo caminho.
Os passos do ano. E em algum ponto eu virarei a esquerda justamente para não chegar onde cheguei.
Caminhei sozinha pela bela praça no meio da Recoleta. O frio excessivo e o sol parecem despertar esse prazer pela contemplação solitária.
A manhã mais bela de todas. E fria.

Saturday, June 09, 2007

Quiero emborrachar mi corazón, para apagar un loco amor.
Em noite de tango e charme, só o coração não ficou embriagado. Infelizmente.

Thursday, June 07, 2007

Alegria pela beleza e pelos sabores.
Tristeza pelas bobagens que nos comovem de vez em quando.
Coisas diferentes.
Prédios bonitos.
Mulheres belas com seus cortes de cabelo estilosos.
O Boca venceu e mostrou um pouco da paixão que não é só nossa.
Cores diferentes.
Folhas amarelas. Outras laranjas.
Galhos secos.
O sol lutando para vencer a neblina quase londrina.
Única constante, o frio. Muito frio.

Monday, June 04, 2007

Há coisas que os olhos parecem tatuar na retina.
Imagens que ficam insistentemente gravadas.
Talvez a tatuagem não tenha sido feita exatamente na retina.
É chegada a semana curta.
Semana de Buenos Aires.
Tempo de prazer.
Dr. Arnaldo na direção da Paulista.
Noite clara, lua grande e as antenas como moldura.
Merecia uma foto.
Sei que no primeiro sinal de trânsito eu vou me esquecer disso mas gosto desta cidade.

Thursday, May 31, 2007

A morte sempre me deixa melancólica.
Acho que a constatação do tamanho de nossa existência diante da morte me deixa encolhida.
Eu gostava dele e até a hora do almoço não me parecia que ele iria a lugar algum.
Só que ele foi. Não voltou. E não vai voltar nunca mais.
Uma dessas pessoas de vinte e poucos anos que morre da forma mais inesperada possível.
Ele não existe mais e ao pensar nisso fico profundamente triste. Imagino a mulher dele e o filme que ela pode ter alugado para que eles assistissem juntos hoje a noite.
Sempre escrevo sobre sonhos e isso não é uma forma poética de me referir aos desejos.
Nada poético.
Acho que escrevo pouco sobre o conteúdo deles.
Muita intimidade?
Talvez sim, mesmo que seja para alguém que escreve anonimamente e que não é lida por quase ninguém conhecido.
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Em janeiro eu viví uma crise que durou alguns meses.
No meio da confusão, entre uma crise de choro e outra, eu tive um sonho.
Estava numa pedra. Melhor, num complexo de pedras circulares e altas.
Meu pai, minha mãe, a Camila e a Camilinha estavam juntas.
As pedras tremiam como num terremoto e ao olhar para baixo o que se via era uma grande queda. Por esse motivo, eu fazia de tudo para me equilibrar e evitar que a estrutura de pedra ruísse.
A Camila e a Camilinha foram as primeiras a cair. Fiquei preocupada e pedí para que meu pai e minha mãe ficassem parados sem provocar mais movimentos na pedra instável.
Meu pai olhou para mim e disse com sua forma doce e confiante que eu não deveria ter medo e que eu deveria pular para que tudo chacoalhasse logo. Dito isso ele começou a pular, fazendo um pedaço da pedra ceder e enquanto ele fazia isso, eu pedia para ele tomar cuidado porque a pedra poderia machucar as duas que estavam embaixo. Mais uma vez ele me disse para não me preocupar e pulou até a pedra ceder e cair num filete de água que corria no fundo.
Depois disso o tremor parou. Tudo ficou seguro e minha mãe foi buscar as duas meninas pelas mãos. A Camilinha, mais nova e mais espevitada, vinha de mão dada com a minha mãe e faltava-lhe o braço direito amputado pela pedra. O curioso é que não sangrava e minha mãe me dizia que tudo estava bem e que ela ficaria bem também.

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Duas noites atrás tive outro sonho desses com muitos detalhes e sensações.
Uma certa menina conhecida me beijava bem devagar. Devagar de uma forma que quase dava para ouvir o coração durante o sonho.
Depois do beijo demorado fomos para um jardim lindo com uma espécie de palco esotérico no meio. Nesse palco estavam sentados o Chris e duas meninas lindas que chamavam minha atenção. No sonho eu concluía que as meninas eram lindas e significavam nada. Lembro muito dos dois rostos.
Fugimos da festa atrás de sexo.
O beijo não era mais tão lento. A mão e o quadril ficavam exatamente onde deveriam ficar. E tudo foi bom.
A cena mudou e fomos parar numa sala junto com essa família também conhecida. Todos querendo nossa companhia para sair e mais uma vez fugimos.
Pulamos numa espécie de córrego e eu dizia que a água parecia suja. Ela me dizia que não era e que a água era verde como uma folha escura.
Toques.
Depois nadamos com um destino conhecido mas do qual não me recordo. Em um dado momento a corrente ficou forte e contra a nossa direção.
Ela me disse que a corrente era forte mas que conseguiríamos atravessar para o outro lado. Assim fizemos.
Depois disso ficamos sentadas num gramado, nos olhando.
Vou atrás do Auster de capa azul.
E pretendo subir pelas paredes.
O caminho de volta para casa anunciava uma noite complicada.
Tosse, muita tosse. Falta de ar e um cansaço avassalador.
Reagí e fui atrás de um pouco de conforto.
Banho quente, pantufas e creme de galinha. Desistí do vinho tinto que atrapalharia a segunda parte do meu plano.
Narinas lavadas com soro, xarope e Berotec no inalador.
Não sei se exagerei no Berotec mas a sensação de desconforto foi grande.
Desistí também do jogo porque não precisava passar mais nervoso. Fui para o quarto às 21h30.
Ouví música e fui melhorando.
Recebí cuidado a distância e quando menos esperava eu já estava dormindo tranquilamente.
Foi a melhor noite desde sexta-feira.

Tuesday, May 29, 2007

Não sei como tudo isso cabe dentro de mim.
Cabe.
Não sei onde.

Sunday, May 27, 2007

Do tempo das coisas

Plantei uma pitangueira no canteiro da rua.
Era dia e fazia calor.
Reguei, olhei e esperei.
Nada.
Sofrí muito em uma semana. O crescimento parecia depender de mim, uma criança de 7 anos.
Impaciência. Ansiedade. Já chamaram essa característica por vários termos.
Tudo tem seu tempo natural e desconhecer o tamanho desse tempo me afligia.
Aflige. Continua me incomodando, mesmo não plantando mais pitangueiras.

Sobre problemas e sofrimentos

Lidar com o sofrimento. Meu ou alheio.
Dificuldade. Quase incompetência.
Alguém tão querido com uma dor familiar me comove.
Falo. Tento. Penso. Sugiro.
Queria mesmo é acabar com a dor. Alheia como se fosse a minha.
Ajudar pode ser atrapalhar.
Tudo tem seu tempo natural. Desconheço o tamanho desse tempo.
Curto, espero.
O grande compromisso será segunda mas até lá ainda há o que se fazer.
Deixei as pendências de lado e fui cuidar do que me é caro, mamis de braço quebrado.
Depois de mamis, fui cuidar de mim. Parada no shopping para comprar um inalador próprio, dois frascos de soro e mais remédio.
Agora posso devolver o antigo aparelho para os donos que também me são caros.
Sábado complicado.
Noite mal dormida e inalação às 5 da manhã. O clima de que tanto gosto traz a praga da crise alérgica.
Levantei para o dia ensolarado e fui gastar o que me resta de massa cinzenta. Trabalhamos até as 8 e pouco. Deixei a Pompéia tal qual um trapo.
Convite bacana para o Glória mas não me restava forças. Tosse, falta de ar e olhos ardentes.
Um pouco de amigos e pizza antes dormir.
Allegra, soro e cama.
Show da Céu na sexta-feira.
Uma graça!

Thursday, May 24, 2007

Mamis com o braço quebrado em três lugares.
Depois do diagnóstico incorreto de luxação, mais um mês com gesso e alívio por ter escapado de uma possível cirurgia.
Essas crianças...
Para quebrar a sensação desconfortável, um pouco de aconchego na noite extremamente fria e um convite para jantar.
Vinho tinto para esquentar, lazanha, Lindt e até sorvete napolitano. Tratamento vip com a gentil carona.
O estranhamento pós filme passou. O frio ficou lá fora e de volta ao lar eu só penso no aquecedor ligado e na cama quentinha.
Deveria ser mais um item na minha lista de entretenimento. Um filminho tranquilo como já é de praxe às quintas-feiras. Alpha Dog.
Só que o roteiro besta tratando de gente besta cometendo crimes bestas me deixou incomodada. Talvez porque seja baseado em fatos mais do que reais.
Na verdade, acho que o incômodo vem dos detalhes. Da impotência ou ignorância diante deles.
Pode ser o primeiro.
Pode ser o último.
As oportunidades de perdição e salvação acontecem a todo instante e nunca temos consciência disso. A palavra que deixamos para depois. A palavra que deveríamos deixar para depois.
Deu no Terra: "cobra explode após engolir crocodilo em pântano".

Já escreví aqui que cobra que não se arrasta não engole sapo. Só que essa notícia antiga mostra o quanto custa ter o olho maior do que a barriga.
Ah mar de Sophia.

"O teu destino deveria ter passado nesse porto
Onde tudo se torna impessoal e livre
Onde tudo é divino como convém ao real"

Wednesday, May 23, 2007

Dia produtivo movido a boa trilha sonora: I am Sam e Céu.

Monday, May 21, 2007

Depois de tanta diversão...refraseando, junto com tanta diversão, os pensamentos responsáveis começam a tomar corpo.
A resposta sobre a pós em Coimbra chegou.
A idéia de trabalhar por uma transferência deixa de ser um pensamento tão vago.
O idioma do próximo semestre está quase escolhido.
Tudo amarrado com o evento do próximo dia 28. Nó quase desfeito.
Hoje trabalhei sem uma nota musical.
Ao chegar, mais de 320 emails na caixa de entrada. Recados. Pedidos. Dúvidas e aflições.
Bem disposta, enfrentei tudo calmamente.

Sunday, May 20, 2007

Despedidas e chegadas.
Coincidências e realizações.
Garoa e sol.
A única constante foi o frio. A alegria também permaneceu.
Noite de domingo.
Muito frio.
Depois de vencer a CET e suas idéias mirabolantes para o pós show do High School, cheguei em casa.
Banho quente, aquecedor ligado e espírito pronto para recolher as armas.

Friday, May 18, 2007

Finalmente uma bola dentro na gestão Kassab com sua neura justificável pelo projeto Cidade Limpa.
Claro que dá medo elogiar tão cedo mas a iniciativa da vez é mais do que necessária.

"Radar vai multar veículos poluentes
Aparelho que usa raio infravermelho fotografará placas quando emissão de fumaça superar padrão internacional."
Fui ao cinema com amigas e quando cheguei em casa a Grande Família estava no fim.
Banho rápido, dentes e sala para ver tv.
O catastrófico Linha Direta estava no ar e peguei o controle para começar a curtíssima viagem pelos canais (é, eu não tenho tv a cabo!).
Antes de conseguir mudar eu ví uma senhora falando. Era negra, um pouco gorda e parecia estar serena. Cara de mãe!
Ela era mãe. Moradora de uma favela no Rio, ela era mãe de uma das vítimas citadas no programa. Negro e jovem, ele foi um dos rapazes exterminado por policiais militares do estado. Não teve direito a se identificar, não teve crime registrado e só lhe restou o espancamento covarde e a morte.
Voltemos a ela que descrevia o filho e a condição na qual ela o encontrou de uma forma perturbadoramente resignada. Demonstrava sentir saudade dele mas não transparecia nem um pingo de revolta ou de ódio pelos algozes do rapaz.
Enojada com a situação e comovida com a bondade daquela mulher, mudei de canal.
Não me lembro o que assistí.
Fiquei pensando na fonte dos ódios humanos.
Antes de me deitar eu fiz alguns exercícios de Tao. Foquei na respiração e na mentalização das cores e elementos.
Deitei.
Dormí.
Sonhei. Sonhei. Sonhei mais.
Imagens desconexas, desejos escondidos e medos disfarçados.
Coloquei o pijama para lavar. Devo ter corrido uma maratona e meia durante a noite porque minha roupa estava completamente molhada.

Thursday, May 17, 2007

NOTAS DE UMA MENTE COM LEMBRANÇAS - Os passeios de moto

Recebí uma mensagem no Gmail e automáticamente me lembrei da música. Daí foi um passo para me lembrar da pessoa e das cenas.

Um certo tipo ariano e provocador costumava me levar na garupa da moto, cantanto bem alto "Alice não me escreva aquela carta de amor". O riso corria solto e feliz.

A cena da moto se repetiu nem sei quantas vezes. Na época, nada de capacetes com a justificativa de que a cidade era litorânea e de que a proteção esquentava muito.

A moto era grande e por prática familiar eu adorava a sensação de liberdade do veículo. Vindo da praia, do restaurante, de alguma passeio. Indo para ilha, pro Guarujá ou para a casa de Jhuqueí.

Sempre as provocações e as gargalhadas.

Algum tempo depois, um acidente quase fatal acabou com a desculpa do capacete e com a liberdade da moto. Foi pretexto para um belo revival em Jhuqueí e para os versos "depois de você, os outros foram os outros e só".

Fomos embalados à Kid Abelha. Faz sentido.

Wednesday, May 16, 2007

Parei por aqui porque precisava.
Já passa das duas da manhã. Subí no elevador com uma rosa que me foi presenteada numa mão e uma garrafa com um quarto de saquê na outra. Parece deprimente mas não é!
Estou chorando. Parece deprimente mas não é. Juro!
O choro é de felicidade. De vida transbordando por todos os meus poros.
Tudo bem, foram 5 garrafas de saquê em um grupo de 7 pessoas. Só que não é isso.
Cantei tanto, sorrí muito. Realizei.
Cada dia que passa eu tomo mais consciência de mim. Tenho uma doença que afetou a vida de meu pai, de minha avó e de minha bisavó. E não tenho mais vergonha ou resignação diante dela. Não sou maldita por isso! Posso reagir, mesmo que seja com remédios. E não tenho precisado deles. Precisando, tomarei sem problemas!
A energia para vencer e para viver está em mim. Eu posso sentí-la. Quero sentí-la!
Pode ser o efeito de muito saquê. Pode ser o resultado de tanta cantoria desafinada. Pode ser a beleza ao meu redor. O fato é que estou amando a vida e querendo que todos sintam o mesmo e possam ser plenamente felizes. Todos.

Presente de um fofo para ilustrar o astral do dia que terminará com cantoria no bairro dos nipônicos.
Semana passada eu disse para Chiclete, Chiclete que eu precisava sarar da "gripe" para começar a namorar.
Sou assim. Há que se terminar uma coisa para que outra comece plena e promissora. Terminar no sentido de esgotar.
Bem, meu corpo não está dolorido, não tenho febre e não espirro. Acho que posso determinar a abertura dos trabalhos.
Ontem eu decidí abrir uma porta e falar com meu passado. Afinal, ele foi tão bacana.
Alguns hábitos iguais. Outros diferentes. Aparentemente, pelo menos.
Cuidado extremo com as palavras.
Tudo resumido em um grande estranhamento que talvez passe com o tempo.
E fechamento com chave de ouro já que conseguí vislumbrar coisas boas nesse rápido presente que justificam tudo que foi feito no passado. Isso tem valor. Muito.
O mais importante é que decidí falar com meu passado e acabei falando com um rápido presente. Meu passado ficou para trás e não há como falar com algo que não existe mais. Não existe e eu não quero recriá-lo.
Eu só quero o que o futuro me reserva. E o futuro começa em um minuto. Tô atrasada!

Tuesday, May 15, 2007

Desde sábado eu carrego uma coisa meio estranha. Não é melancolia porque eu nem deixo que vire.
É um vaziozinho. Ou não.
Talvez seja o contrário de um certo calorzinho que já sentí. Uma coisinha estranha e talvez um pouco dolorida.
No diminutivo não porque seja insignificante mas sim porque é delicado.
A-C-A-B-O-U!!!!!

Monday, May 14, 2007

Chiclete, Chiclete me surpreendeu.
Ganhei um livro muito engraçadinho: Horóscopo para Gays e Lésbicas.
Adorei!
O melhor são as combinações que o livro sugere.

Friday, May 11, 2007

Pode ser o primeiro.
Pode ser o último.
A beleza e a tristeza residem nessa incerteza.
Estava procurando um email relacionado ao trabalho de hoje. Apertei a seta que me levou para a última página. E lá estava ele.
No dia 11 de maio de 2006 eu recebí um email que já tinha sido enviado antes. Na verdade ele foi re-enviado para ser arquivado e continha uma recomendação do tipo para guardar para sempre.
Curioso. Hoje é dia 11 de maio de 2007. Guardei até hoje e ainda não tenho intenção de apagá-lo.
As cores do outono são lindas.
As roupas do outono são belas.
O apetite do outono aumenta.
De fato, minha estação favorita.
NOTAS DE UMA MENTE COM LEMBRANÇAS - As matinês de domingo

Bom passar a infância e a adolescência numa cidade menor.

Os quarteirões entre o Gonzaga e o Boqueirão foram meu cenário principal. E num desses quarteirões eu comecei a frequentar as deliciosas matinês de domingo.

A turma da escola. Os conhecidos da natação. Frequentadores do Posto 5. O universo mínimo que parecia infinito se encontrava quase em frente a praça Independência.

Por volta das 14h30 a fila já era grande. Exatamente às 15h a brincadeira tinha início.

O lugar era grande e possuía vários ambientes e pistas em níveis diferentes. Telões, gelo seco, luzes e muito barulho. A inocência era tanta que o convite de entrada dava direito a um refrigerante.

Por volta das 17h30 a bagunça dava lugar a uma grande calmaria. As luzes cessavam e a música diminuía o ritmo. Hora das músicas lentas. Hora de Dire Straits em Your Latest Trick.

Quando ouço o saxofone dessa melodia sempre me recordo daquelas tardes. Me recordo das pistas vazias e dos corredores cheios de crianças tímidas e amedrontadas.

Todos queriam dançar mas ninguém tinha coragem de ser o primeiro. Imagino o peso para os meninos. Depois de quase um ano a pista começou a ser ocupada na sessão dois prá lá dois prá cá.

Thursday, May 10, 2007

Confesso que para algumas coisas eu pareço criança. Acho que nesse caso específico a culpa é do meu pai.
Gosto dos carinhos e afagos de aniversário. E esse ano a celebração foi longa, tendo fim na segunda-feira.
Quarta-feira eu ganhei mais presentes. E gostei.
Quinta-feira eu fui informada por Chiclete Chiclete que ganharei mais presente. Só não conseguí saber o quê! De novo a coisa da criança e a vontade de saber logo do que se trata.
Tenho certeza que gostarei porque a simbologia tem mais importância do que o objeto.
O São Paulo perdeu e confesso que não estava torcendo contra. Tantas pessoas queridas torcendo a favor que não conseguí furar a maré.

E nós duas não estávamos juntas no estádio! Não foi culpa do histórico de pé frio.

Deixando de lado os pensamentos emotivos que sempre me voltam, lí uma frase na torcida do Grêmio que adorei: "treino é jogo e jogo é guerra".
Tudo começou com o jogo do Santos na tv.
Nada de som para atrapalhar as conversas mas confesso que continuo a mesma de sempre. Não consigo desviar o olhar por muito tempo. Ainda mais com o placar desfavorável.
Entre sorrisos e encontros, vez por outra meu pé chutava uma bola imaginária. Vez por outra eu olhava. Discretamente eu olhava.
Meu time ganhou e eu continuava olhando. Vez por outra eu olhava.
Essa noite ou madrugada eu tive uma das conversas mais bizarras dos últimos tempos. Gostosa.
O frio é tão bom quanto a sensação da noite. Uma vontade de aconchego.

Tuesday, May 08, 2007

No meu passeio pelos corredores de livros achei um material interessante.
Desenhos eróticos. Nada de histórias pornográficas. Só desenhos estilizados de mulheres nuas.
Muito bonito.
O sorriso com as sardas.
As brincadeiras seguidas de longos olhares.
Eu continuo me perguntando como eu não tinha reparado nisso antes. E continuo respondendo que eu já tinha reparado, só não tinha coragem de aceitar isso. Será?

Monday, May 07, 2007

Tô melhorando...
Feriado na água e no sol.


Depois de tanta bagunça um pouco de calma e de pizza portuguesa.

O primeiro parabéns do dia foi o mais cuidadoso.
07h30 da manhã.
Bom saber que tinha alguém pensando em mim tão cedo.

O mais surpreendente foi de um colega de serviço. Coisas profundas de uma fonte inesperada.

O que me fez chorar veio no meio da manhã.
Primeiro uma ligação gentil. Depois um email doce e cuidadoso.
Sonhos lindos e impossíveis.

O último veio na minha carona pós pizza.
Pessoa boa. Vibração boa. Mesmo sendo Chiclete, Chiclete.

Foram muitos. Foram especiais.
E depois de 4 dias, só tenho o que agradecer. Tanto carinho, tanta diversão e tanto afago.
Toda rosa é rosa porque assim ela é chamada
Toda bossa é nova e você não liga se é usada
Todo carnaval tem seu fim
Todo carnaval tem seu fim

E os 4 dias de comemoração pelo meu aniversário chegaram ao fim.
Final de gala, clássico para poucos e queridos.

Sunday, May 06, 2007

É oficial.
Hoje teve fim meu inferno astral. E não poderia ter acabado de uma forma melhor.
Mais presentes.
Meu cachecol alvinegro está preso na janela.
E o sorriso continua no meu rosto.
Ressaca devidamente conquistada.
Nada de arrependimentos.
Conseguí comer alguma coisa por volta das 16h quando o pessoal chegou em casa e meu estômago parecia ter se acalmado.
Sequência da celebração.
Joguei minha moeda na fonte dos desejos. Não fui a única.
E para terminar ou talvez para começar, voltei ao simples que sempre me agrada.
Pão com manteiga e chocolate gelado. Padaria cheia no fim da madrugada.
Céu azul e laranja. A combinação perfeita que deixa o início da manhã uma ocasião tão bela.
Cantei.
Bebí.
Ganhei presente. E mais presente.
Recebí carinho. Muito.
Sorrí demais.
Falei com estranhos como se fossem velhos conhecidos.
E brinquei com os conhecidos estranhos.
Sábado fez sol.
Escutei muita música. Boa música e nem tanto.
Dancei e saí para comemorar.
Sexta-feira estava nublado.
E fez frio.
Parecia a chegada de uma frente de melancolia.
Ela não chegou.
Comecei a comemorar.

Friday, May 04, 2007

E vamos a última sexta-feira com essa idade. De encontro ao final do meu inferno astral.
Inferno este que me foi muito generoso. Até ganhei presente. Presente!
Pode ser o último.
Pode ser o primeiro.
Nunca se sabe. Por isso deve ser sempre o melhor.

Thursday, May 03, 2007

Hoje a beleza estava num sorriso lindo no meio de algumas sardas.
Tanto tempo alí e eu fingindo que não via.

Wednesday, May 02, 2007

Sempre quis dormir em uma nuvem. E pensei se faria frio.
Será?
A beleza anda espalhada por aí. É necessário abrir os olhos.
Sexta ela andava pelo cinema. Proibido probir.
Sábado ela me tocou. Mais de uma vez.
Domingo...ah, domingo!
Segunda ela tomou meus ouvidos e toda a minha atenção.
Terça eu deitei no seu colo e sorrí. Calmamente.
Mais uma sessão.
Desde que re-comecei só faltei a uma. Tive motivos apesar de ter sido um desperdício.
Percebo as diferenças. Entendo algumas coisas. Posso mostrar mais ternura comigo mesma.
Sou capaz de ser o centro do meu mundo. Mais. Sou capaz de querer ser o centro do meu mundo.
Pela terceira noite consecutiva eu acordei por volta das 03h da madrugada. Motivo?
Não sei.
Só que hoje eu acordei e tudo doía. Atropelamento? Fibromialgia?
Não. Saúde, alegria e muito ácido láctico.
Duas horas de wakeboard ao sol e mais duas horas de fut ao forró (!). Sim, tinha forró que eu detesto mas isso não me atrapalhou.
Churros, pizza e Coca Cola.
Me sinto como uma criança extremamente satisfeita.

Thursday, April 26, 2007

NOTAS DE UMA MENTE COM LEMBRANÇAS - Dia 26

O dia é que lembra a música e não a música que lembra o dia.
Poderiam ser lembranças de um passado muito distante. Passado nem tão distante.
Tanto faz. Ouví essa música quase que durante toda a minha vida.
Café em família. Brincadeira com cachorro. Livro da semana. Exercícios de concentração.
Lembro da capa do lp. Avermelhada. Lembro da capa do cd. Azul típico de uma coleção de clássicos.
Não tenho o lp. Não tenho o cd.
Nunca mais ví alguém colocar essa música para tocar. 27 de julho de 2003.
Sempre posso ouví-la. Só de memória.
Memórias do dia 26.
Bolero de Ravel.

Tuesday, April 24, 2007

NOTAS DE UMA MENTE COM LEMBRANÇAS - A velha embaixo da cama

Existe um período que eu não sei determinar muito bem quanto durou mas nesse período não houve grandes registros com trilha sonora.

Talvez as lembranças dessa fase não combinassem com outros sons que não os do silêncio.

Lembro de um lp dos Trapalhões e da música A velha debaixo da cama. Lembro do Balão Mágico e do lp que parecia ter meu irmão na capa (todo mundo achava o Toby idêntico ao meu irmão).

Lembro dos produtos mas não tenho lembranças associadas a nenhuma música dessa fase.

Monday, April 23, 2007

NOTAS DE UMA MENTE COM LEMBRANÇAS - samba, sim

Na casa de meus pais nunca houve um disco de Roberto Carlos. Sempre parecí um e.t. por causa disso.
Havia muito disco nacional mas nenhum do Rei ou de outro membro da Jovem Guarda. Muita mpb e alguns tipinhos marcantes: Paulinho da Viola, Clara Nunes, Gilberto Gil, Maria Bethânia, Chico Buarque e Beth Carvalho.
Essa última não tinha muito prestígio lá no número 8 mas daí ela gravou uma música que marcou uma época da família. A música tinha uns versos que diziam mais ou menos assim:

Você vale ouro todo o meu tesouro
Tão charmosa da cabeça aos pés
Vou lhe amando lhe adorando
Agradeço a Deus porque lhe fez
O coisinha tão bonitinha do pai

Meu pai que era um homem tímido cantava essa música em alto e bom som para mim. Até minha vó que vivia em São Paulo sabia das serenatas do seu Mozart.

Essa música sempre me faz lembrar de manhãs muito sorridentes. Um samba na família quase sem molejo (quase por causa da minha mãe).
Águas de março fechando abril. Da forma como vai as noivas se mudarão para junho e pular fogueira só no mês de cachorro louco, agosto.

Sunday, April 22, 2007

NOTAS DE UMA MENTE COM LEMBRANÇAS - A primeira

Não sei quantos anos eu tinha mas sei que eram poucos pela altura entre a mesa do escritório do meu pai e minha cabeça.
Anos antes meu pai dera uma vitrola vermelha para minha mãe. Daquelas com rotações diferentes. Junto ele comprou um long play - LP - da trilha sonora internacional de Escalada.
Tenho a impressão de que minha mãe não gostava do disco. Ela nunca gostou de música em inglês e por isso nunca o ouvia.
Já eu adorava aquelas músicas. E essa é a primeira lembrança que tenho ligada à melodia.
Eu fechava a porta do escritório. Com o cuidado de não raspar a agulha da vitrola, colocava o LP para tocar. Sentava-me à mesa e rabiscava desenhos por horas até que meu pai fosse me resgatar para o jantar.
As músicas eram várias mas a favorita que povoa essas lembranças era Only You do The Platters.
Na mesma época e no mesmo escritório como cenário, eu ouvia outra música. Só que essa não era escolhida por mim e até hoje não me traz boas sensações. "Pra não dizer que não falei das flores" com Geraldo Vandré.
Meu pai ouvia essa música com uma frequência enorme. Sim, meu pai foi um homem com aquilo que à época se chamava de pensamentos de esquerda.
Normalmente, nos dias de Geraldo Vandré, era ele quem precisava ser resgatado daquele pequeno escritório. Não fazia desenhos mas escrevia muito.
Não garanto que Geraldo Vandré não tenha sido minha primeira lembrança musical mas como os sentimentos despertados por essa música nunca foram bons, preferí acreditar que ela é a segunda, depois de The Platters.
Algumas vezes parece uma brisa. Em outras, uma luz ou uma cor. Quase sempre é uma música.
Esse poder diferente de me trazer lembranças é muito forte com a música.

Saturday, April 21, 2007


17h55.
Meu almoço está quase pronto.
Resumo da tarde: pernas cansadas, braços arrasados, bolha estourada no polegar e um sorriso que insiste em não sair da minha face.

Wednesday, April 18, 2007

Duas e cinquenta. Ainda falta um banho para acabar com o cigarro que grudou no meu corpo.
Sanduíche de brie com geléia de damasco e presunto crú. Fora a demora, foi uma boa pedida.
Festa fechada. Casa cheia. Cenas hilárias e outras nem tanto.
Fauna monotemática. Sapas.
Variações interessantes sobre o mesmo tema. Diferenças evolucionistas.
Resumo da ópera. Meu astral continua bom. Até melhor que o pós-show cheio de energia.
Deus conserve assim e que algum anjo passe na net e diga amém.

Tuesday, April 17, 2007

Não são "moderninhos". Não são cult.
Só que eu adoro aquela voz chorosa e aquelas melodias doces.
Adorei o show do Keane e estou numa espécie de estado de graça. Não questionem porque foram só algumas cervejas.
Eles são britânicos como os últimos: Pet Shop Boys e New Order. Só que o som estava ótimo. A voz era ótima. O astral era maravilhoso.
C-A-R-A-C-A!!!!!!
Hoje eu adoro viver. Com toda a delícia e o horror de ser o que sou.
Amo. Sofro. Odeio. Sorrio. Adoro. Canso. Vivo!!!!
Vejo com meus olhos. Escuto com meus ouvidos. Respiro com meu pulmão. Me calo com minha própria voz!!

Monday, April 16, 2007

Amanhã quase hoje tem Keane. E eu vou.
Gosto da voz chorosa e da música melódica. Vou torcer pelo possível cover de Enjoy the Silence.
Cheguei e fui para o banho.
Saí e fui para a cozinha.
Fiquei um pouco e fiz spaghetti com atum.
Joguei um pouco de pimenta e abrí uma Fanta.
Desistí. Pensei na vida e decidí. Voltei a comer.

Sunday, April 15, 2007

Dormí até acordar.
Pão na chapa e Nescau.
Algumas mensagens de texto sobre a noite anterior.
Sol. Sol. Sol.
E eu só penso na água. Na água. Vou cair na água.
Sábado lindo. Sol brilhando.
Fui encontrar uma velha paixão ariana.
Tanto som, tanto movimento. Camisas girando no parabéns à você.
O placar não foi bom mas o fim de tarde no Pacaembú foi maravilhoso.

Wednesday, April 11, 2007

Ele fazia grande esforço. Não saía do lugar.
Ouvia uma voz do além que punha em xeque o seu preparo físico. Duvidava da sua capacidade.
Fazia grande esforço. Nada.
Ouviu um barulho estranho. Sentiu seu corpo ser lançado para frente.
Teve medo. E chorou.
Nada de esforço. Grandes movimentos. Leveza.
Nunca olhou para o lado. Nem notou que a voz do além saía de uma boca parecida com a sua.
Carregava um peso enorme. Sua força não tinha se acabado.
Não carrega mais. Parece um atleta que dança suavemente.
E não se cansa.
Estou ansiosa por amanhã. Se tudo der certo eu vou pirar o cabeção e domingo será dia de grandes relatos neste blog.
Já escreví neste mesmo blog que minha memória é minha salvação e minha perdição. Adoro me lembrar das coisas e às vezes detesto me lembrar das coisas. Não reclamo. Deve haver uma razão para isso.

Tuesday, April 10, 2007

Terça é o dia que entro em casa e sinto o cheiro do amaciante. Já foi segunda. Agora, é terça.
Cheiro de casa.
Cada dia que passa gosto mais das coisas de minha casa. Sinto o cheiro da casa. Sinto a casa.
Amaciante de roupa.
Menina com chapéu. Menina com cachecol. Menina com malha e menina com moleton.
Variações sobre o mesmo tema quando o frio começa a dar o ar de sua graça na antiga Cidade da Garoa.
E hoje - num tributo a Lost, eu na terapia - meus olhos estavam menos atentos e meus ouvidos mais dedicados. Tudo isso para me mover para fora. O que capturo com os olhos fica invariavelmente reverberando lá (ou aqui) dentro. O que ouço corre o risco, mesmo que por pura educação, de provocar uma palavra. E assim, mostro um pouco de mim.
A noite esteve especialmente agradável hoje. Assuntos e pessoas diferentes. Ambos interessantes.
Para completar, conhecidos amigos.

Monday, April 09, 2007

A batalha dos Ipods e afins. Rica.
Variedade. Groove Armada a Banda Vexame.
Filminho da cantoria de Total Eclipse of the Heart. Claro que um ou outro estava mais emocionado com a Bonnie Tyler mas todo mundo sabia cantar.
Bom gosto do último Ipod.
Sonhei com chuva.
Acordei com o lençol todo enroscado no pescoço. O cobertor cobria o corpo. As meias do lado direito da cama.
Minha mãe nunca gostou de dormir comigo. Os chutes.
Minha vó dizia que eu era agitada. As pernas não paravam.
Meu pai dizia que ficaria acordado até eu dormir. Provavelmente ficava acordado até eu acordar. Sempre as pernas.
Minha amiga de infância dizia que eu falava durante o sono. Nunca entendia o que era dito.
Já chorei dormindo. O sonho do menino-menina que usava gorro e que "matava o amor da minha vida". Meu irmão me acordou preocupado com o choro.
Para onde será que vou quando durmo? O que tem nesse lugar? Qual o significado do que trago de lá?
Confesso.
Sou do tipo que assistiu o 12º capítulo da 4ª temporada de L Word pedindo pela volta da Carmen.
Pior.
Fiquei com o coração partido vendo a Tina depois de tantas pisadas na bola.
Aguardo a 5ª temporada esperando pela beleza e pelo amor romântico de ficção.
O cinismo não me tomou por completo.

Sunday, April 08, 2007

Napoleão viveu com seus cem soldados
Napoleão comeu com seus cem soldados
Napoleão dormiu com seus cem soldados
Adorei!
Feriado de adjetivos, sorrisos e bacalhau. E a volta para casa no domingo de Páscoa teve direito a um Lindt extra creamy. Agrado bom!
Lances de suspense. Organização e correria. Gestos singelos de preocupação.
Trapalhadas. Risos e gargalhadas. Demonstrações de amizade.
Os estranhos amigos. Os estranhos. Os nem tão estranhos.
É pique, é pique, é pique. É hora, é hora, é hora. Rá tim bum.
Boa essa brincadeira de voltar a dormir fora de casa. Primeiro a casa que era estranha. Agora, tanto tempo depois e eu dormindo num flat.
O tempo virou e as idéias de nado se foram.
Agora, abro a janela e vejo a mistura de cinzas, azuis e laranjas comuns quando o tempo bom quer se firmar. Lindo.
O friozinho deixou as pessoas certas ainda mais charmosas.
Ó pai, ó.
Forma curiosa que o brasileiro encontra para fazer graça com a própria miséria.
Posto isso, começamos rindo bastante!

Thursday, April 05, 2007

Gosto muito de você leãozinho.
Mesmo. Obrigada pelo carinho da meia-noite.
Conhecí em enrolator melhor que o Tabajara. Quase no mesmo nível do Mr. B italiano. E com várias artimanhas, incluindo uma tal celulose parecida com plástico.

Wednesday, April 04, 2007

O que acontece do outro lado do mundo enquanto estou sentada aqui?
O que pode acontecer na sala ao lado enquanto você assiste tv tranquilamente?
Tudo.
Devemos praticar. Exercitar muito para que não ocorram surpresas do tamanho do universo. Tudo pode acontecer. Qualquer um pode fazer.
Dia do primeiro. Dia do amarelo do girassol. Dia do brilho nas duas esferas.
Seria dia de contrariar Galileu. Nem sempre o sol é o centro do mundo.
Condicional? Futuro do pretérito?
Não falar sobre algumas coisas parece eliminar a existência delas. Pelo menos por algum tempo. Só parecem.
Uma espécie de vírgula. Uma pausa que ninguém percebe quanto dura e o que se passa durante o intervalo.
E se hoje eu decidisse não usar minhas vírgulas e resolvesse mostrar o que se passa nos intervalos eu falaria de coisas belas e de coisas tristes. As coisas não ditas. Aquelas que parecem não existir.
Naquela casa se falava demais.
Amor. Problemas. Carinho. Política. Vida. Dinheiro.
Se falava de tudo. Quase sempre.
Havia dias de muito silêncio. Semanas até.
Quando o homem não estava mesmo estando lá.

Tuesday, April 03, 2007

Hoje encontrei com meu amigo pé de coelho.
Na verdade, meu segundo amigo pé de coelho.
Quando fui para Berkeley, antes mesmo de chegar lá, fiz um amigo pé de coelho. Encontrei-o, ou fui encontrada por ele, ainda no aeroporto de Los Angeles, 7 horas antes de nosso embarque atrasado para São Francisco. Ele tirou meu medo do desconhecido. E desconhecido durante a noite.
Depois desse dia ele me salvou várias vezes. A tristeza profunda por estar sozinha e longe de meus amores. O porre profundo depois de 12 doses de tequila. O ligamento do joelho torcido depois de uma barbeiragem de snowboard. Sempre ele, mesmo desequilibrado no meio da neve.
O segundo amigo pé de coelho apareceu anos mais tarde. Seu último palpite me fez chorar mas eu já estava chorando antes mesmo do palpite.
Hoje encontrei com ele. E fui lembrada da sorte que ele me traz.
Ando mesmo precisando de sorte. E de amigos que me dão sorte.

Sunday, April 01, 2007

O dia não acabou e como nos últimos tempos, ao invés de esperar deprimida pela música do Fantástico, vou para a rua. Um pouco de ar fresco e de convívio social depois de um dia de monólogos.
O Selton Melo além de muito fofo é realmente um ótimo ator. O Cheiro do Ralo é esquisito como o próprio nome mas vale muito a pena. Intriga um pouco procurar sentido naquilo tudo.
Agora, o mais intrigante como sempre é o que ocorre nos arredores. Senão, alguém me explique o que leva uma pessoa a escolher ficar grudada em você quando existem pelo menos mais cinquenta poltronas bem posicionadas e livres no cinema.
Hoje optei por permanecer em casa. Nada de almoço na mama.
Café da manhã, biquini, piscina e "Comportamento do Consumidor". Anotações, mergulhos e finalmente a inconveniência da vizinha-mãe-molenga e de seu rebento me cansaram.
Cozinhei para mim. E bem!
Depois da refeição me peguei rosada e contente no espelho.
Sonhei com alguém conhecido mas que não consigo me lembrar da identidade. O sentimento era tão bom que me deixou encafifada o dia todo.
Falamos das minhas mãos que foram tocadas e admiradas. Tão nítida a imagem das mãos.
Semáforos apagados. JK parada. Água e falta de educação em excesso.
Horas. Aventura. Árvore caída.
A vida do paulistano é realmente agitada. Inclusive daqueles que não são paulistanos de fato mas que optaram por adotar essa cidade.
Sim, pois o paralelo desse evento em minha cidade natal seria um pouco diferente.
O parque seria o posto 5. O frescobol com água mineral seria frescobol com mergulho e raspadinha. O receio dos raios seria o mesmo e me espantaria do mar que parece ficar mais quente durante a chuva. O congestionamento seria na faixa de trânsito em frente a Osvaldo Cruz e as horas de aventura seriam minutos pulando nas poças de água que se formam no quarteirão que separa a praia da casa da minha mãe.
Tudo muito mais calmo. Na verdade, calmo demais. Falta enredo.
Crianças, atletas de fim de semana, cachorros, estudantes em ensaio de bateria de escola de samba. Tudo no parque.
Nós e nosso frescobol na grama.
Um pouco de transpiração e de água mineral. Energia, endorfina e trovões. Muitos trovões e raios para todos os lados.
Depois de correria geral concluímos que nossas cabeças isoladas em um enorme gramado poderiam chamar a atenção da descarga elétrica. Resolvemos ir embora. Alegres e sem correria. Tomando a tempestade no rosto.
Sábado de muuuiiiiiito sol e calor. O paulistano que não foi à praia vai ao parque. Eu, que não sou paulistana mas que adoro esse ritmo, não fui à praia.
Ibirapuera escolhido seguimos pelo caminho mais curto entre o almoço tardio e o parque. JK. No momento de cruzar a República do Líbano vem o CET e fecha o cruzamento. Mesmo sem ser de nossa vontade, viramos para a direita para de novo virar a direita e a direita mais uma vez para então passarmos pelo cruzamento. Tudo como mandam as regras de trânsito. Diante do novo cruzamento vem o mesmo CET e tchumba. Cones e cruzamento fechado.
Disparada pela direita numa corrida contra o CET. Velocidade, conversão proibida e finalmente ganhamos o sentido que queríamos.

Thursday, March 29, 2007

Depois da ótima adaptação para Free, Free, Wynona Free teremos que aguentar uma adaptação qualquer de Hava Nagila pedindo pelos direitos civis do caro Sobel. Posso até imaginar os Ipods de Higienópolis...
O pai da futura quase famosa Analy afirma que a mão da moça repousando na bunda da outra moça era só uma questão de descanso. Descanso de mão.
O segundo na sucessão ao trono inglês também estava descansando a mão no peito da brasileira gentil e prestativa.
Meus amigos sabem que eu estou saindo de uma crise de fibromialgia e que não tiro férias há dois anos. Se eu participar de algum encontro social esse fim de semana tenho álibi e direito de descansar as duas mãos, os dois braços e as duas pernas.

Wednesday, March 28, 2007

Hoje, se eu fosse o Romário, eu correria para a geral pedindo silêncio. Se eu fosse o Ronaldo eu balançaria o dedo e logo em seguida eu colocaria as duas mãos em concha atrás das orelhas pedindo vaias mais altas e mais fortes. Se eu fosse a Virna eu gritaria chupa cubana.
Só que eu sou eu e minha redenção fica guardada em um certo sorriso vitorioso que me acompanhou desde o final da tarde. ESF. Mesmo!
Flores. Faltam flores em casa. E falta um quadro.
Fotos. Momentos de alguma forma meus. Mesmo que não seja eu.
Talvez cores na parede. Cores com certeza.
Maria Eduarda. Ainda não tenho certeza mas talvez falte a alvinegra Duda.
Meu pai. Minha mãe. Meu irmão. Meu time. Meu gosto.
Eu. Falto eu.
Mente estranha. Corpo esquisito.

Tuesday, March 27, 2007

Tenho queda por nariz. Não qualquer tipo de nariz. Gosto daqueles com o osso nasal reto, bem angular. E que nariz era aquele?!!
Pet Shop Boys (re)visitado. Peaches cancelada. Keane no radar.
Música sertaneja na Choperia da Liberdade (!!!!). Chopp na Dida. Chá no Glória.
Muita informação. Distração. Diversão.
Prática de Tao. Exercícios da terapia. Remédios para dor.
Apesar da ação e das novidades, durmo do lado esquerdo da cama queen size. Ainda existe uma divisão imaginária e meu corpo não se acostumou a invadir aquele espaço.
Questão de tempo.
Concordo que exagerei. Meu corpo inteiro diz que eu exagerei.
Alguns erros são tão estúpidos e tão genuínos que não podem ser cometidos apenas uma vez. Tenho certeza que essa não será a última.

Thursday, March 22, 2007

Estranho
do Lat. extraneu
adj.,
desconhecido;
que não é usual;
curioso, singular;
extraordinário;
anormal;
descomunal;
admirável;
censurável;
repreensível;
impróprio;
livre;
isento;
arredio;
esquivo;
s. m.,
estrangeiro;
que é de fora.

Tenho amigos estranhos e sou uma estranha no meio de meus amigos.
A estranheza provoca questionamentos e mudanças. Estimula a tolerância.
Mulher organizada.
Espírito criativo.
Lealdade.
Porraloquice.
Segurança.
Arrojo.
Sensibilidade.
Tranquilidade.
Vaidade.
Cada um é um. Não vale listar os empregos, os caminhos, os descaminhos, as manias, os signos, os times, as vitórias, as derrotas ou os vícios. Seria mais bizarro.
São tão estranhos. Tão diferentes entre sí.
E comuns nessa amizade. Agregados chegam. Outros se vão. E os estranhos permanecem.
Não chegamos a sete do sete de dois mil e sete e nem precisamos mais desse pretexto.
Os estranhos continuam juntos. Cada vez mais diferentes. Sempre mais interessantes.
E os amigos continuam estranhamente amigos.
Toda segunda-feira uma pista nova. Na sequência, um exercício novo. E a complexidade aumenta a cada semana.
Mesmo assim, adoro as tardes de terça e vibro com cada idéia de mudança. Mesmo as complexas.
Meu reino por um cavalo!
Depois de tanta agitação, meu horóscopo e meu corpo pediam por um pouco de casa. Sofá. Cama. Pão com manteiga e televisão ligada.
E cá estou eu de banho tomado, pijama no corpo e gloriosamente de pés descalços.
Meus pés são os primeiros a pedir por liberdade e conforto. Coisas de quem nasceu em cidade praiana. Só falta uma massagem nos dois pobres mas isso logo se arranja.
Alergia em ritmo acelerado.
O inverno chegou dentro da minha caixa.
Todos com suas malhas e casacos. E o infeliz do sistema de refrigeração não vemajustar a temperatura.
Sono. Muito sono. Sono demais.
Bolacha de chocolate, Coca-Cola, fone de ouvido e disposição para manter as pálpebras abertas.
Os números não estão me fazendo bem. Preciso de um pouco mais de ação.
Parto para os contatos e interações que trarão algum dado. Transformar o dado só amanhã.
Me concentro nos barulhos ao meu redor. Duas conferências em viva-voz. Um grupoque ri alto. A assistente que briga com o cara do Help Desk. Passos de um salto nervoso no piso de carpete.
Todo detalhe é importante e pode me ajudar a permanecer acordada.

Monday, March 19, 2007

Ritmo acima do normal na sexta, sábado e domingo. Hoje fui agarrada na cama e não conseguia me desvencilhar.
Sentí a água do chuveiro por volta das 10h. Depois dos movimentos mecânicos para me vestir, rumei para a Paulista com tanto atraso que não valia a pena correr.
Acordei de fato na subida da Rebouças. O asfalto estava molhado, o dia cinzento e o ar um pouco fresco.
Me alegrei com o ar melancólico da manhã. Um pouco de calma depois de tanta agitação. Lembrei que minha estação favorita vem aí. O outono com seus dias ensolarados e frios.
Sobre mentiras e amor.

A mentira.
O começo já deveria ser plural.
A pessoa diz ser agente do serviço secreto de Israel. E que ama. E que precisa de dinheiro. E que usa disfarces.
Diante da inevitável e inquestionável verdade, confessa que tudo mais era mentira, menos o grande amor e a devoção.
Combinam um suicídio de mentira.
Sendo o ser saudável, mentira é como respiração. Repete-se o gesto zilhões de vezes durante a vida e em alguns momentos o movimento se torna até involuntário.
É impossível um sujeito se matar prendendo a respiração. Assim é a natureza.
Mentir porque é mais fácil. Porque a verdade é menos bonita ou prática. Porque se é mais esperto ou se tem menos caráter. Sim, existem tantas justificativas para as mentiras. Inclusive essa, a falta de caráter.
Aceitar isso é como aceitar a natureza. Corre-se o risco do cinismo.
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O amor.
O começo deveria ser plural.
Existe aquele que ama quase tantas vezes quanto respira. E como mente.
O risco do cinismo.
Não gosto de me perceber naturalmente mais cínica.
Histórias simples de amores descomplicados. Nada de James Bond. Nada de grandes movimentos e enredos mirabolantes.
Nove anos de simplicidade. Amor.
E assim respiro um pouco menos cínica.

Wednesday, March 14, 2007

Vinte e duas horas. Dez da noite.
Venho da rua e abro a porta. As cartas no corredor.
Chuveiro aberto. Todas as luzes acesas.
Scissor Sisters no aparelho. Corinthians na tv.
Terapia que não sai da cabeça. Lixo reciclável separado.
Prazer imediato. Significado obscuro.
Ansiedade. Sim, ansiedade.
A chuva, os números, o lombo, a música e o pão de cara.
Estou cansada. Realmente cansada mas adoro sentir a minha energia fluindo e as idéias chegando aos montes, capazes de resolver problemas e de encontrar caminhos inovadores no trabalho. Sim, meu ascendente é capricórnio e eu encontro satisfação genuína na minha vida profissional quando ela vai bem.

Monday, March 12, 2007

Meu encontro semanal comigo mesma foi extremamente produtivo. Rico.
Estou falando quase que livremente. Amarras existem mas elas nunca foram tão poucas.
E depois de tantas possibilidades e descobertas, muitos exercícios. E com alto grau de dificuldade. Isso mesmo, ela tem aumentado a dificuldade das barreiras que devo transpor mas não tenho me irritado com isso. E nada de reforço químico.
As próximas semanas exigirão muita prática e esforço. Mal posso esperar.
Cerveja de segunda está virando uma tradição. A cerveja na verdade é o pretexto para um papo despreocupado e alegre.
Tem gente que aparece sem nem ter o que fazer por lá. Só para rir um pouco antes da vida continuar.

Sunday, March 11, 2007

O vizinho novo, de novo.
Bermuda, chinelo e camiseta na mão.
Tatuagem no braço e na "asa".
O silêncio do hall finalmente quebrado.
Animação estampada no rosto. Show do Chiclete com Banana.
Gostoso constatar a alegria alheia diante de uma coisa tão diferente das minhas coisas.
A vida vale muito a pena e eu não experimentei quase nada diante da grandeza de opções.
O encontro de ontem foi muito bom.
Risos fáceis. Carinhos de amigos. Filosofia barata sobre relacionamentos possíveis e impossíveis. Mais risos. Viagem sem destino.
Quem inventou de tentar montar o roteiro do Reveillon no meio de amigos tão queridos e tão diferentes?
Toro, claro.
Primeiro o óbvio. Paris. Depois as justificativas de frio e as tentativas que passaram por Fernando de Noronha e chegaram ao nível de Praia Grande.
Algumas idéias boas. Israel e Berlim.
Voltamos ao briefing.
Solteiras. Reveillon. Party time.
Pequim foi a dica mais peculiar. Vinda do meu companheiro de pés descalços.
Gosto de histórias de superação. Não sei de onde isso vem mas talvez seja da minha natureza competitiva. Também não sei de onde vem essa queda pela disputa mas ela existe enquanto eu não consigo entendê-la e domá-la.
Delícia ver alguém em situação desvantajosa meter um EU SOU FODA e dar a volta por cima.
A festa de aniversário era do síndico mas os convidados ganharam presentes.
Um charmoso mimo de um doce amigo. Caricaturas.
Cada convidado tinha a sua pendurada na parede. E ao final, era só pegar o seu presente junto com um saquinho de pipoca doce.
Eu adorei a minha.
Diz a lenda que os taurinos são muito sensoriais.
Eu sou taurina e meus sentidos estão exacerbados. Posso sentir o mundo na ponta dos dedos.
O mundo é macio em alguns pontos. Liso em outros. E tem pequenas agulhas pontiagudas em outras partes.

Thursday, March 08, 2007

Pra não dizer que não falei do Bush.
Dizer que a Paulista virou uma bagunça no meio da tarde seria chover no molhado. A Paulista é uma bagunça. Exceção feita às noites de sábado e aos dias de domingo quando ela parece querer seu charme de volta.
Nada de carros na pista no sentido Paraíso-Consolação. Isso sim é estranho num dia normal de trabalho.
Logo o carro de som que levava os funcionários do imperialismo a janela. Sim, eu confesso. Trabalho para uma multinacional de origem americana e não é a primeira. Outro crime. Adoro Coca Cola.
Gosto de pensar que talvez eu tenha salvação. Não tolero o Bushcefalo. Outro atenuante. Sempre torcí para a União Soviética.
Voltemos a visão curiosa de minha mesa.
A persiana que adoro suspensa. Mais de trinta funcionários encostados no vidro, olhando para baixo. Eu pensando: pula, pula, pula.
Ninguém pulou.
E a noite parece que é mesmo dos tumultos.
Eu, depois de tanto brigar na central de atendimento da Ticket Alimentação, desisto dos sobressaltos. Nada vai mudar e a gentil Tamaris não vai fazer compras para mim. Aceito o envio de nova senha que levará 7 dias para chegar as minhas mãos. Desejo boa noite e bom trabalho. Assim, resignada.
Parto para a alcatra Bassi que me resta. Vou assalá com sal grosso e degustá-la com cebola assada coberta de azeite extra virgem.
Acho que a vizinha foi traída pelo marido. A briga é intensa e seus gritos são altos. Ela grita um nome feminino, Marcia, e parece querer matá-lo pelos tímpanos.
O socorro chegou. Filhos.
Não se ouve a voz do homem. O marido.
Silêncio.
Gritos repentinos e porta batida.
Estranho tanta intimidade. Não sei dos vizinhos o rosto ou o nome.
Mas já ouví falar de Marcia.
"Quando se bate cabeça e pede-se por justiça, pede-se por justiça e não pela minha justiça."
Fui criada pelo tipo de pessoa que diz uma frase dessas e que sempre recomendou o caminho de não fazer ao outro aquilo que não se quer receber de ninguém.
No meu estágio, impossível ser assim mas é um tremendo incentivo ter um modelo desses.
Putaquepariu.
Estou há dias tentando usar a merda do Ticket Alimentação e não consigo. Toda hora surge um problema diferente. A última é que a minha senha estava bloqueada mesmo depois de eu ter feito compras pela Internet. Reset de senha e 24 horas depois eu poderia fazer compras. Pego fila no Pão de Açúcar e sou obrigada a pagar no débito sendo que tem um monte de crédito na porra do cartão.
Liga e ninguém atende. Central de atendimento parece uma praga criada pelo demo em pessoa.

Wednesday, March 07, 2007

Três primeiros beijos mas só o terceiro conta.
Sim.
O primeiro foi com cinco. Meu irmão me segurou e o Marcelo, filho de amigos dos meus pais, me roubou o beijo. Inocente e sem validade.
O segundo foi com dez. Matinê de Carnaval e depois de dar algumas voltas no salão com o Paulo, aos nos separarmos, ele me roubou um beijo. Inocente e sem validade apesar do rubor que causou na época.
O terceiro foi com onze e também nasceu na mesma matinê de Carnaval. Dei algumas voltas no salão com aquele menino de olhos tão verdes. Fiquei tão encantada e feliz de ter dançado com ele mais de uma música. O Carnaval acabou e a vida seguiu sem eu nem saber o nome dele. Só que uma semana depois eu iria descobrir que ele seria da minha sala de aula. O fim do mundo para alguém tão tímida. As aulas seguiram, a turma era quase toda conhecida, fiz onze anos e a fase dos bailinhos com dança da vassoura começou. E foi num baile desses que eu dei de fato o meu primeiro beijo. O segundo, o terceiro e sei lá mais quantos também! O nome dele era Marcello e estudamos juntos por muito tempo.
A mania de Carnaval durou um bom tempo.
Escute aí e me diga se você também tem alguma história com uma dessas músicas de fundo.
Tempo livre faz isso com a gente. Procuramos por bobagens que deixem a osciosidade um pouco mais divertida.
Hoje eu transpirei muito por causa da febre mas me divertí procurando pelas músicas da minha adolescência, quando eu já acreditava que era adulta.
E a vontade foi de achar toda a minha turminha de matinê na Zoom e de baladinha no Sírio. Ah, Santos e meus ótimos momentos!
Desde o primeiro beijo às primeiras vontades de sexo, tudo bem acompanhado pela trilha sonora desse playlist.
Música tem esse poder. O de marcar.

Deveria ter desligado o flash mas não desliguei.

Quando suspendo a horrível persiana azul, é isso que vejo.


Tenho um hábito estranho. Na verdade tenho vários mas quero falar de um em particular.
Associações. Isso mesmo. Atribuo um significado para quase tudo e isso é bastante limitante.
Deixando de lado a parte limitante, existem coisas que são inevitáveis.
Flores. Sim, eu gosto muito de dar flores e de recebê-las também. E, querendo ou não, crio toda uma simbologia para isso, além é claro, da simbologia do próprio gesto de dar flores.
O tipo de flor, a data e a cor.
Por exemplo, as rosas vermelhas de minha mãe. Meu pai dava rosas vermelhas para a minha toda quinta-feira. Invariavelmente.
Desde que ele se foi já dei flores para ela mas nunca rosas vermelhas. Nem sei se ela prefere as rosas vermelhas mas para mim aquilo é muito próprio do meu pai e prefiro as flores claras.
Falando nele, sempre achei meu pai um homem de orquídeas e essas eram as flores dedicadas à ele. Sempre em datas comemorativas.
Amores e amigos. Esses recebem flores diversas em datas importantes e em datas de nenhuma importância.
Um amor recente merecia as gérberas e os girassóis.
Um amor mais antigo merecia lírios e copos de leite. Minha flor favorita disputando pau a pau com a tulipa minimalista.
Sou muito ligada nos sonhos. Claro, influência de meu pai que era um homem mais do que conectado com as coisas não tão físicas.
Quem convive um pouco comigo sabe pelo menos uma das mil histórias mega bizarras e premonitórias que ele tinha.
Eram sempre sonhos desconexos para mim mas com sentido claro para ele. Tudo registrado em cadernos e mais cadernos e, depois do meu presente de dia dos pais, em fitas e mais fitas.
Vez ou outra, desde a minha infância, tenho sonhos que são estranhos e que mesmo durante o próprio sonho me despertam a sensação de que devo prestar atenção naquilo.
Quando a conexão se perde, e isso tem sido frequente, fico um pouco cismada como se a minha conexão com o divino estivesse ruim. Na verdade, a sensação que tenho é que preciso cuidar mais da minha vida espiritual.

Tuesday, March 06, 2007

Eu sempre gostei do ditado cobra que não se arrasta não engole sapo. Só que essas cobras se superaram.

"Parece coisa de videogame. Uma cobra armazena toxinas ao morder um sapo venenoso e usa o veneno como defesa contra falcões e outros predadores. É exatamente isso, entretanto, que pesquisadores dizem que faz a cobra asiática Rhabdophis tigrinus, com base em estudos sobre o fluido glandular de cobras filhotes e adultas de duas ilhas japonesas."

Essa tal Rhabdophis tigrinus combina mais com o que não mata engorda ou ainda, aquilo que não te mata, fortalece.
Cada vez que eu leio alguma coisa. Cada vez que eu escrevo alguma coisa.
Minha cabeça está em outro lugar.
Cidade, estado ou país.
O sincronismo das coisas, também chamado de coincidência, me leva o tempo todo para alguma coisa que está fora daqui. Se eu escrevesse a esmo sairia algo como Florianópolis, Milão, Portugal, Estocolmo, Alemanha, Inglaterra, Salvador, Buenos Aires, Santiago, Dinamarca, Nova York.
Tudo sem muito sentido.
Lazer, estudo, amigos.
Muito sem sentido.
Tenho vontades de mar e alguns pequenos sonhos que deveriam virar desejos.
Já tive um caiaque em parceria com meu irmão. Parceria mesmo porque além de ter sido um presente dividido entre os dois, sempre foi mais fácil cruzar o quarteirão que nos separava do mar dividindo o peso da peça vermelha. Tive minhas pranchinhas de body boarding e essas eu carregava sozinha, junto com a mochila e o pão de cará. Tive e tenho minha máscara com snorkel e pé-de-pato. Silêncio azul.
Os pequenos sonhos.
Surfar de pé. Eu bem que tentei com os namoradinhos da adolescência mas nunca fui bem sucedida. Aproveitar o vento numa prancha de windsurf colorida. Liberdade no mar num modesto barco a motor.
Vou transformar esses sonhos em desejos e quem sabe satisfaço meus desejos.
Minha mãe trouxe as fotos do cruzeiro de Carnaval. Colares havaianos e bailes com dança até altas horas. Paradas e passeios em Forianópolis.
E ele insistiu que as fotos da tal cachoeira foram tiradas perto da Joaquina. Tem cachoeira para os lados da Joaquina?
As fotos e o céu azul que vejo da minha janela me dão vontade de Florianópolis. O mar.
Alguém aí sabe o que é uma crença?

do Lat. credentia
s. f.,
fé, lei religiosa;
convicção;
pendor para certa pessoa, desejo amoroso;
credencial, crédito diplomático;
pop.,
desconfiança, birra.


Ontem, na sessão de Lost - eu na terapia, descobrí que esse negócio é sério e que minhas crenças são poderosas.
Parada obrigatória.
Parece uma intoxicação alimentar já que nada pára no estômago.
Particularmente, acho que meu corpo está pedindo férias.
Vou voltar no dr. Fred e pedirei mais um daqueles complexos vitamínicos já que férias, no mínimo, só em 4 meses.

Monday, March 05, 2007

Um Ipod esquecido na bolsa.
Karma's gonna visit you too.
As dores voltaram. Nada ainda tão forte mas o desconforto é claro. Ombros, região lombar, braços e as vezes a região do joelho esquerdo. E claro, meu pé esquerdo.
Essa tal fibromialgia incomoda mas estou tentando entender meu corpo.
Em momentos de stress, cansaço e ansiedade o problema com a tal serotonina se agrava e as dores também.
E tenho que confessar que depois de dois anos sem férias somados a recente vida de solteira, me sinto muito cansada.
Pausa para respiração e para o Tao.
Calor na cidade sem mar.
Eu fechando compra de supermercado pela Internet, antes que até a água de casa acabe. Gastei com temperos e me deu vontade de cozinhar spaghetti com brócolis.

Sunday, March 04, 2007

Mais um fim de semana e nada de Babel. Pensei em apelar e ir depois do trabalho em um dia de semana. Depois pensei no tipo de servidão que leva uma pessoa a achar que cinema só rola no fim de semana.
Por fim, pensei nos dois anos sem férias e no sono que insiste em me pegar pela manhã, me fazendo refém da cama mais aconchegante do mundo.
Agora penso na síndrome de Estocolmo.
Mais uma noite estrelada em São Paulo. Outras surpresas interessantes.
Temaki de salmão completo. Temaki de shimeji com molho tarê.
De onde esses desejos têm vindo?
O conforto ao lado da família é inigualável. Eu sempre me sinto bem por lá, mesmo quando me sinto mal.
E por que as coisas ficaram tão difíceis por um tempo?
Não sei.
Hoje é domingo pé de cachimbo.
E apesar de ser domingo, estou pregada!

Thursday, March 01, 2007

De vez em quando vem um afago de uns lugares inesperados. Gostinho bom.
Adorei o Auster de capa azul. A capa me fez querer lê-lo.

Wednesday, February 28, 2007

Eu me encantei pela descrição de Bentinho parado timidamente. Assim, num trecho de livro escolar. Somente 9 anos.
Acho que já postei isso em algum momento mas ao ler um trecho de Machado no qual Capitu e Bentinho se descobriam diante de um rabisco de amor feito em um muro velho, me apaixonei pelo tímido Bentinho.
Ao sair da escola mal podia conter minha ansiedade para pedir o presente a meu pai: Dom Casmurro.
Saí da infância e entrei na adolescência assim, me apaixonando pelos tímidos Bentinhos com quem cruzei.
Capitu só veio a mim na fase adulta!
Avenida Paulista. 16h37.Afasto a persiana horrível e vejo a repetição dos últimos dias.
Nuvens escuras e pessoas apressadas.
NYC. Duas horas antes de mim. Alguém repete meu gesto.
O que será que ela vê?
A Alameda Santos depois das 9h sempre pede uma marcha lenta. Na faixa mais a direita uma Kombi batida que um dia deve ter sido branca. Adesivo comum em veículos desse tipo.
Como estou dirigindo? Mal? FODA-SE, o carro é meu.
Senso de humor.

Tuesday, February 27, 2007

Antigos amigos combinando com novas pessoas.
Gostei da noite e da salada de gorgonzola com passas. Ressalva para a rúcula que era desnecessária.
Na onda das coisas que chegam ou que voltam, entrei no MSN enquanto aguardava o restabelecimento do servidor do Blogger. Em menos de um mês, me comunico pela segunda vez e por mais de uma hora com um velho diabinho dinamarquês.
Morando em Nova York, já com 25 anos, estudando psicologia depois de ter largado a administração e apaixonada por um homem de 39 anos. É nessa hora que ela lembra aquele ar sacana de outros tempos, dizendo que desde que me conheceu sabia que seu destino seria uma pessoa mais experiente do que ela. Claro que ela escreve isso com um daqueles ícones de piscadinha.
A conversa com uma pitadinha de pimenta me deixa levemente sorridente. A chance de constatar como o tempo é maravilhoso para aqueles que não o deixam passar em vão me deixa radiante.
Nada de Oscar, Big Brother, Semana do Tubarão ou coisas da tv. Não é com esforço algum que eu realmente não tenho assistido televisão.
E as pessoas, interessantes ou não, vêm chegando ou vêm voltando de algum lugar. Parece uma estranha conjunção ou até mesmo a retirada de uma espécie de película que estava revestindo os meus sentidos e que agora me deixa sentir de novo.

Saturday, February 24, 2007

MOMENTO DESCONTROL

Toda pessoa que morre merece um ritual de passagem. Na verdade, nem sempre a pessoa que morre merece um ritual, mas o que fica, sim.
Existe a presença da pessoa. A existência que se embaralha na existência do outro. E de repente, essa existência acaba e aquele emaranhado de coisas fica murcho e sem sentido. Sem sentido racional mesmo.
É a forma como o homem trabalha o luto, trata da sua dor e tenta seguir em frente depois de fazer algum ritual de rompimento. Velório, enterro, cremação, entrega de flores ou comidas em datas especiais e significativas.
Dia vinte e cinco de fevereiro de dois mil e sete. Três e quinze da manhã já sem o horário de verão.
Acabei de chegar da balada que estava indo muito bem e que terminou com o funeral de um ente querido. Como em todo ritual desse tipo, sobrou sentimentos estranhos, revoltas, descontroles e dor pela morte indubitável.
A morte é assim. Definitiva e dolorosa.
E quem morreu?
Uma pessoa especial que conhecí há quatro anos atrás. De fato, essa pessoa vinha morrendo aos poucos. Tantos acontecimentos, tantos desrespeitos que aquela pessoa especial foi se esvaindo e deixando no seu lugar uma caveira horrorosa. Me custava aceitar isso. Como uma energia tão boa podia ir se acabando e se transformando em tanta falta de caráter e de consideração?
Essas perguntas não vem mais ao caso porque hoje participei do funeral e como disse no início, a morte é inquestionável.
O funeral teve todas as pompas que uma ocasião como essa merece. Choro, revolta, violência, descontrole. Finalmente, pude me descontrolar e deixar fluir toda a raiva. Toda não. Mas foi um pouco e o resto que sobrou vai ser eliminado durante o luto.
E aqui jaz.
Esse blog começou com três e nunca teve pretensões políticas apesar do nome. Nós votamos sempre foi a expressão usada para afirmar o gosto por alguma coisa ou por alguém.
Eu continuo escrevendo aqui esporadicamente mas deixei de votar em coisas da vida por um bom tempo. Por que será?
Bem, a resposta dessa pergunta faz parte de outro fórum de debates que rola uma vez por semana com a minha terapeuta.
O importante é que o voto tem voltado aos poucos e sem ajuda química!
E eu voto nas amigas da amiga da amiga. As duas de ontem mereceram voto e referências. Só pelo prazer de votar.
E voto na balada de hoje.
A vida é muito superficial. Tudo parece um tanto quanto raso (menos o buraco do Metrô).
Cinco dias de trabalho intenso separados por horas necessárias de sono, alimentação, locomoção e atividades domésticas. Claro, a espera de dois dias de intervalo ou de feriados e suas emendas.
Falo com dezenas de pessoas ao longo de minhas várias horas no escritório. Convivo com elas diariamente. E não sei nada sobre ninguém porque eu nunca quis saber.
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A mulher que se senta duas mesas ao lado da minha já sofreu quatro abortos e é louca para ter filhos mas não consegue. Fiquei sabendo disso ontem e é claro que não foi através dela. Nunca pensei que ela tivesse passado por esse tipo de sofrimento. Na verdade, nunca pensei que ela fosse humana e tivesse sentimentos.
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O cara que faz parte da minha equipe e que se senta frente a frente comigo parece sem energia. Loiro e um pouco sem vida. Como se tivesse problemas sérios de tireóide ou de anemia profunda. Falo com ele o dia inteiro mas também não me lembro se ele é humano. Não sei do que ele gosta, para qual time torce, se ama ou se odeia alguém.
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Faço massagem três dias por semana. Fico praticamente nua e deixo que alguém cuide do meu corpo e da minha energia. A recepcionista do lugar usa um óculos de aro bem fino e vive com o cabelo castanho preso num rabo de cavalo. Tem um sorriso sempre doce. Essa semana, através da massagista, fiquei sabendo que ela perdeu um filho de dois anos, morto com câncer.
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Ontem eu fui para a rua.
Noite quente e estrelada. Cerveja ao ar livre. Amigos e não-amigos. Gente. Muita gente e muita distração para os cinco sentidos.
Pessoas bebendo e sorrindo ao meu redor. E, tirando as duas amigas de longa data, nada de pessoas de verdade. Parecia tudo um longo comercial de Bud. Talvez estivesse um pouco mais para Heineken.
Beleza, sorrisos, pequenas discussões de mentirinha, olhares, atitudes diferentes e só uma pessoa que deixou passar uma lasca de algum sentimento. O sentimento parecia ser de confusão mental ou talvez rejeição. Mas era um pouco de verdade sobre alguém. Ou não.

Wednesday, February 21, 2007

Depois de alguns dias sem tv e com prática intensiva dos exercícios de Tao, me sinto quase que como o Daniel Sam.
Vou me preparar para um saldo duplo carpado e quem sabe encontro a serenidade depois de duas décadas de prática.
Como pode caber tanta ansiedade em apenas um metro e sessenta de altura?
E nesse ano, mesmo que tardia, a escolha foi por viajar.
Nada de praia ou de festa. Mato, montanha, cachoeiras, cachorros e fogão à lenha. E o melhor de tudo, com a família de ex mas sem ex.
As caminhadas, os banhos de rio, as brincadeiras com a matilha de pastores e o bolo de chocolate com cobertura de brigadeiro. Esse foi meu Carnaval. Finalmente, o brigadeiro de 2007.
Existem os apaixonados pelo Carnaval e aqueles que o odeiam de forma quase visceral.
Eu, como em vários outros casos, me enquadro na ala dos medíocres que não tem paixão suficiente para amar ou odiar a festa.
Simplesmente gosto do feriado. Seja para viajar ou para aproveitar a cidade deliciosamente vazia.

Thursday, February 15, 2007

Há dias não assisto TV. Não sei das novelas ou das manchetes do Jornal Nacional.
Contra a completa alienação, Internet.
E a retina que era preenchida com imagens de duas dimensões volta a ser exercitada. Meus olhos se abrem mais rápido pela manhã. O sono não termina mas o velho hábito de enxergar a vida nos pequenos detalhes e de criar as estórias de encontros casuais na calçada vem de mansinho.
Almoço como nos velhos tempos. As "crianças" almoçando juntas em dia de semana.
Claro que ao olhar para a criança maior, pude perceber os cabelos já grisalhos como os de seu pai. Mesmo assim ainda somos "as crianças" e ele ainda paga o meu almoço como bom irmão mais velho.
Nos tais velhos tempos não tínhamos a mais vaga idéia dos caminhos e das separações que viriam. Seríamos eternamente a dupla de frescobol no final da tarde e de Zé das Batidas nos momentos de descontração. Voltaríamos sempre para o mesmo endereço e para as mesmas companhias protetoras.
Ele comeu tudo e bebeu suco natural. Eu brinquei com a comida e tomei Coca. Ele foi fazer um exame de retina e eu voltei para o escritório com cores antigas na cabeça.

Tuesday, February 13, 2007

Comprei Betânia e Mutantes.
Já que vou refazer meu acervo de CDs, decidí começar em alto estilo.
Eu saí disposta a cumprir uma das três tarefas da semana mas a noite não ajudou.

Monday, February 12, 2007

Sou bem café com leite.
A primeira vez que tomei meio "e" estava bem acompanhada e tive sensações estranhas. No começo um certo medo e depois uma grande ternura, de um tamanho que não cabia em mim e que me fez chorar diante do objeto de tanto sentimento. Até hoje eu guardo essa sensação maravilhosa.
No sábado, depois de muito respirar e de praticar exercícios para deixar fluir a minha energia, de olhos fechados, encostei minhas mãos nas mãos de dois desconhecidos. Sentí algo muito próximo. Uma ternura estranha e comovente.
Tanto conhecimento.
Definitivamente, depois de meu brevíssimo contato com o Tao e com algumas informações sobre a medicina chinesa, concluí que o oriente deve ter muitas coisas capazes de me surpreender.

Thursday, February 08, 2007

Desliguei a tv e chorei. Dessa vez por uma boa razão.
Comendo meu pão de cará e terminando a leitura de um conto erótico, erguí a cabeça e ouví o apresentador descrever a morte de um menino de 6 anos. Arrastado por mais de 7 km numa fuga de carro.
Meu almoço de hoje rolou as 16h. Apesar da hora, foi bom. Com direito a restaurante vazio, onion rings e uma bela chuva na volta.

Depois de mais algumas horas de trabalho, o retorno. Junto com outras almas penadas que fazem parte do mesmo rebanho, parei na porta do prédio. Burburinho, cigarros e algumas corridas. Foi quando me dei conta da tolice de estar alí, me protengendo de nada que pudésse me fazer mal. Caminhei lentamente e fiz questão de levantar o rosto para sentir a chuva cair. Depois de um quarteirão, entrei sorridente no táxi.
Hoje, qualquer um que viva ou que esteja de passagem por São Paulo há de falar da chuva, do trânsito e do caos.
Eu não sou diferente.

Wednesday, February 07, 2007

Terra, terra. Descartes.
O primeiro impulso - sim, um impulso - foi pegar um papel e tentar escrever o que sentia. Logo percebeu que aquilo era um bilhete de suicício. Não havia tempo para aquilo.
Rasgou e começou de novo.
Agora sim. Uma lista com duas colunas: os prós e os contras. Letra legível, espaçamento adequado e uma indisfarçável assimetria entre as colunas.
Amassou e fez nova tentativa.
Racionalizar as coisas que lhe passavam na mente. Todas. Em voz alta, num monólogo metido a diálogo sem fim.
Calou-se. Respirou profundamente e deixou o corpo cair na cama.
A &*@@# da alergia voltou e não me dá tréguas. Essa noite, tive que lavar as narinas com soro duas vezes e ainda tive que apelar para o Polaramine.
Umas nuvens com um efeito levemente esfumaçado mas que não atrapalhavam a luminosidade da lua. A noite estava super estrelada na saída e permanecia linda na volta.

Tuesday, February 06, 2007

Ontem eu lí uma frase numa dessas revistas com nome de mulher... "assim como você usa um espelho para saber se o cabelo e a roupa estão bons, você precisa de um terapeuta ou amigo para lhe mostrar como seu interior está".
Nunca tinha pensado no papel do amigo ou do terapeuta dessa maneira.

Monday, February 05, 2007

O mundo vem girando muito rápido. Será que isso tem a ver com o Judas do momento, o tal aquecimento global? Não que eu tenha familiaridade com as ciências exatas além dos meus dois anos sofridos de engenharia mas acho que rola uma história de átomos mais agitados, calor e velocidade.

Besteira! Só estou exercitando a técnica de jogar a responsabilidade pelas coisas em outras pessoas, objetos, situações e fenômenos naturais. Mesmo que isso soe estúpido e impossível, parece funcionar bem em alguns casos.

Dois mil e seis acabou. Janeiro acabou e o Carnaval já está quase aí (e eu sem destino certo). Isso deve ter relação direta com a minha idade mas de fato a velocidade do tempo anda assustadora.

O problema é que eu passo as minhas horas numa grande caixa resfriada artificialmente. Por esse motivo, mesmo com o tempo voando lá fora e com os dias e meses terminando tão rapidamente, o expediente não acaba aqui dentro. Por que os arquitetos removeram as janelas dos escritórios, condenando-nos ao ar condicionado central e a lentidão das horas?
Lazanha com brócolis e filé prá lá de solado.
Pelamordedeus.
O período de férias acabou mesmo. Trânsito pela manhã. Fumaça. Alergia. Fila no restaurante. Comida horrível.
Preciso criar um material de apoio para a comemoração dos meus 10 Anos de Sapateado pelo mundo.

Já temos três eventos confirmados e vem mais por aí.

Mantenham as suas sapatilhas por perto e caprichem nos alongamentos.
O sol voltou.
O trânsito voltou mesmo.
A vista da Paulista com aquela nuvem que parece poluição pura também voltou.
Tudo volta ao seu devido lugar.

Sunday, February 04, 2007

Caminho aberto e bela paisagem.

Saturday, February 03, 2007

A Fernanda Young estava na baladinha de ontem e mais do que depressa eu pensei "não gosto dessa mulher".
No caminho de casa acabei me questionando sobre o porquê de julgamentos tão rápidos e tão vazios. Sou PhD nesse tipo de coisa. Mestre do preto e branco.
Acho que vou pintar o apartamento. Depois, quem sabe, o cabelo. Com a prática, talvez meu cérebro se acostume e eu consiga evoluir para as nuances, texturas e delicadezas que costumavam deixar a vida mais interessante.
O remédio da tampa azul está chegando ao fim e foi uma experiência maravilhosa passar o mês de janeiro sem dores generalizadas.
Que máquina estranha essa que se levanta da cama todos os dias junto comigo! De onde vem, ou no meu caso, onde foram parar essas substâncias que sempre afetaram meu temperamento e o pior, meu corpo? Sim, porque pelo histórico familiar a questão do temperamento já era sabida mas as tais dores pelo corpo não.

Thursday, February 01, 2007

Quinta-feira. 21h45.
Acabei de me lembrar que sempre fui uma pessoa muito crítica. Muito. Verdadeiramente, crítica.
Não que eu goste disso. Pelo contrário. Isso faz partes dos tópicos listados na temporada 2007 de Lost - eu, na terapia. Só que fatos são fatos assim como jogo é jogo e treino é treino!
E não é que me peguei toda conciliadora, evitando críticas, julgamentos e palavrões?

Wednesday, January 31, 2007

São Paulo parece cenário de algum filme apocalíptico e deprimente. Nuvens. Somente nuvens. Todos os dias.
Dá vontade de largar a vida séria, responsável e chata que levo para ir morar em algum lugar ensolarado, com vista para o mar.
Aliás, graças ao bom Deus, 2007 tem sido um ano de mais mar para mim. Sim, porque em 2006 eu passei duas semanas em Florianópolis com poucos mergulhos, já que o mar estava mega gelado e, depois disso, nada. Já em 2007 foram dois dias de mar em Ilhabela mais quatro dias em Floripa e muita perspectiva de nadar bastante e de ver criaturas do mar.
Hoje, por força maior, fiz uns exames desconfortáveis mas necessários. Vou ficar de molho o resto do dia e aproveitar para por a leitura em dia.
Ontem foi dia de sair a noite e olhar o mundo com bons olhos.
Caipirinha de carambola com saquê e hortelã. Muito bom adquirir novos hábitos e deixar o morango ou a uva de lado.

Sunday, January 28, 2007

Depois de Ilhabela, Floripa. Meu destino de feriado.
Muito sol, mar delicioso e algum choro. Tudo muito importante e por isso registrado em fotos. Dessas que você deve olhar diariamente, até passar a mágoa maior.
O ser humano não pára de me surpreender. Nunca.
Já tive um cachorro, muito querido, por sinal. Ele tentou me morder uma vez. Estava há dois dias internado. Soro e uma perspectiva muito forte de sacrifício. Eu fazendo carinho entre uma promessa e outra para São Francisco de Assis e no final do soro, por dor e desconforto, ele tentou morder o que parecia lhe causar o incômodo, eu.
Ele sobreviveu e minhas promessas infantis foram todas cumpridas. A mordida, que não me acertou em cheio, sempre me pareceu justa e cheia de justificativas.
Depois dele, nunca mais tive cachorro em casa.
Talvez esse fosse o motivo de eu não esperar por um cachorrada tão grande. Sem soro e sem dor. Só a mordida traiçoeira.

Tuesday, January 23, 2007

Parece que tomei algum estimulante. Dois dias dessa forma agitada. Não é ruim. Pelo contrário, é muito bom.
Uma força estranha. Uma alegria genuína.
Cheguei em casa, tomei uma ducha e resolví ficar na piscina. Estranhamente, a água fria não me incomodou.
Agora, música alegre e malas para Floripa!!!

Thursday, January 18, 2007

O sorriso de terça continua na minha cabeça. Nada de obsessão. Uma leve
curiosidade, dessas que você tem para ocupar o tempo.
Meu pai juntava cacarecos para criar coisas que nem sempre tinham utilidade ou
que às vezes já estavam acessíveis na loja mais próxima. Puro passa-tempo. É
claro que obtinha grande prazer nessas atividades. Todo o ato de planejar, de
executar, de ver falhar e depois de ver funcionar lhe proporcionavam grande
satisfação.
O dia amanheceu cinza. Parece que houve chuva na madrugada.
Meus olhos ainda não estão bem abertos. Não é o sono. Olhos sem treino, diria.
Perdi o hábito de apreender o mundo todos os dias pela manhã.
Em momentos curtos, me pego sem conseguir pensar em nada. O silêncio fica no ar
e, na verdade, nem consigo me esforçar para buscar palavras ou pensamentos
soltos. Trata-se de um silêncio mental.
Nada de tristeza ou melancolia. A impressão de falta de hábito permanece.

Tuesday, January 16, 2007

Sorriso bonito.
Não é isso.
Sorriso gostoso! Desses que a pessoa fecha os olhos enquanto mostra os dentes.
É isso. É o sorriso gostoso.
Ambiente bom. Música agradável. Sorriso gostoso.
Adoro os sorrisos dados com os olhos fechados.

Monday, January 15, 2007

Ontem eu tive uma sensação estranha. Estranha mesmo.
Minha gentileza veio não sei de onde e foi parar num alvo ainda mais inesperado.
Revisão dos 5000 km e tudo certo!
Gostei da sessão de hoje.
Gostei da semana passada.
Boas descobertas. Boas sensações. Boa balada e jogo divertido.
Meu vigor de volta e aquela pequena coceirinha que dá nos segundos antes de algo importante acontecer.

Tuesday, January 09, 2007

Guia comprado. Pizza comida. Exercícios concluídos.

Monday, January 08, 2007

Como diria minha mãe, não há mal que sempre dure e bla bla bla que nunca acabe. Pois é, o bla bla bla não acabou mas eu me inspirei no corra, lola, corra e fugí do bla bla bla cinzento e molhado de São Paulo.
Sol ou mormaço ao lado do mar frio e convidativo de Ilhabela. Pulei as 7 ondas, fiz meus pedidos e oficialmente dei início ao ano de 2007. Os trabalhos vão começar...

Thursday, January 04, 2007

Ontem teve chopp e terapia nova. Não nessa ordem.
A chuva parece não querer dar tréguas. Meus pensamentos insistentes também não.
Natal e Reveillon.
Chegou e se foi.
Havia cheiro de chuva no ar mas eu ignorei a prudência.
Não procurei uma proteção. Não usei guarda-chuva.
Ensopada porque molhada poderia soar bem.
E com o corpo doído de gripe.
Minha alma precisa de uma Aspirina.