Monday, March 19, 2007

Sobre mentiras e amor.

A mentira.
O começo já deveria ser plural.
A pessoa diz ser agente do serviço secreto de Israel. E que ama. E que precisa de dinheiro. E que usa disfarces.
Diante da inevitável e inquestionável verdade, confessa que tudo mais era mentira, menos o grande amor e a devoção.
Combinam um suicídio de mentira.
Sendo o ser saudável, mentira é como respiração. Repete-se o gesto zilhões de vezes durante a vida e em alguns momentos o movimento se torna até involuntário.
É impossível um sujeito se matar prendendo a respiração. Assim é a natureza.
Mentir porque é mais fácil. Porque a verdade é menos bonita ou prática. Porque se é mais esperto ou se tem menos caráter. Sim, existem tantas justificativas para as mentiras. Inclusive essa, a falta de caráter.
Aceitar isso é como aceitar a natureza. Corre-se o risco do cinismo.
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O amor.
O começo deveria ser plural.
Existe aquele que ama quase tantas vezes quanto respira. E como mente.
O risco do cinismo.
Não gosto de me perceber naturalmente mais cínica.
Histórias simples de amores descomplicados. Nada de James Bond. Nada de grandes movimentos e enredos mirabolantes.
Nove anos de simplicidade. Amor.
E assim respiro um pouco menos cínica.

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