Saturday, March 03, 2012

Orgulho e preconceito

Comecei a escrever mais uma estóriazinha desprentensiosa como o diminutivo já bem sugere. Seria (ou é) algo sobre dois super heróis com super poderes distintos. Num dado parágrafo da vida, por uma eventualidade, um dos super heróis se depara com a necessidade real porém corriqueira de pegar emprestado o super poder do seu colega. 
A escrita estava fluindo com ritmo até alcançar esse ponto e dele não consigo sair. Já voltei e mudei o gênero da dupla, mas isso não me fez caminhar pra frente. Retrocedi novamente e mudei os super poderes dos dois. Também não houve avanço.
Tá amarrado e não posso contar com a ajuda de nenhum pastor. 
Não que exista um dilema entre os dois personagens. Não há. O nó é meu. Pré julguei que nenhum herói emprestaria aquilo que lhe distingue sem um motivo proporcional ao seu heroísmo e esse não era o caso. Para justificar o empréstimo sem heroísmo eu pensei em desapego. Mudei o super poder de um deles porque baseada em outro preconceito, estabeleci que um sujeito que aceita ser chamado de "super" alguma coisa não poderia ser desapegado. Continuou não dando "liga" e pensei num segundo motivo para justificar o empréstimo de sua força, de seu poder sem atos heróicos - o amor. Sim, o amor poderia justificar o empréstimo e mudei o gênero de um herói porque era mais fácil atender o convencional já que a estória estava complicada por demais. Mudando de gênero o credor dos poderes parecia um herói salvando sua donzela. Troquei o credor e a heroína parecia uma Helena do Manoel Carlos.
Como os personagens dessa estória não me ajudam, estou num embate pessoal contra meus preconceitos para ver surgir um herói desapegado de seu ego. Quando pareço progredir, me deparo com um herói atormentado pela devolução de seus poderes, por saber que o outro já esteve no seu lugar e foi tão especial quanto ele próprio fazendo escorrer pelo ralo a sensação dele ser único e por isso especial.

No comments: