Monday, June 30, 2003
Adoro a sensação de acordar com esse frio e ficar enrolando na cama. O quentinho da cama e o cheirinho bom do travesseiro. Difícil é criar coragem para abandonar o ninho e tomar banho. Depois que se entra no chuveiro também é uma delícia. Água quentinha e aquele vapor. Problema é sair do box e enfrentar a toalha e o ventinho frio.
Friday, June 27, 2003
A Inglaterra é um país pequeno, e nem sempre houve espaço para enterrar todos os mortos. Então, os caixões eram abertos, os ossos tirados e encaminhados ao ossuário, e o túmulo era utilizado para outro infeliz. Às vezes, ao abrir os caixões, percebiam que havia arranhões nas tampas, do lado de dentro, o que indicava que aquele morto, na verdade, tinha sido enterrado vivo. Assim, surgiu a idéia de, ao fechar os caixões, amarrar uma tira no pulso do defunto, tira essa que passava por um buraco no caixão e ficava amarrada num sino. Após o enterro, alguém ficava de plantão ao lado do túmulo durante uns dias. Se o indivíduo acordasse, o movimento do braço faria o sino tocar. Assim, ele seria "saved by the bell", ou "salvo pelo gongo", como usamos hoje.
Aqueles que tinham dinheiro possuíam pratos feitos de estanho. Certos tipos de alimentos oxidavam o material, o que fazia com que muita gente morresse envenenada. Isso acontecia freqüentemente com os tomates, que, sendo ácidos, foram considerados, durante muito tempo, como venenosos. Os copos de estanho eram usados para beber cerveja ou uísque. Essa combinação, às vezes, deixava o indivíduo "no chão" (numa espécie de narcolepsia induzida pela bebida alcoólica e pelo óxido de estanho). Alguém que passasse pela rua poderia pensar que ele estava morto, portanto recolhia o corpo e se preparava o enterro. O corpo era então colocado sobre a mesa da cozinha por alguns dias e a família ficava em volta, em vigília, comendo, bebendo e esperando para ver se o morto acordava ou não. Daí surgiu a vigília do caixão.
Durante a Idade Média , a maioria das pessoas casava-se no mês de junho (início do verão para eles), porque, como só tomavam o primeiro banho do ano em maio, em junho o cheiro ainda estava mais ou menos. Entretanto, como já começavam a exalar alguns "odores", as noivas tinham o costume de carregar buquês de flores junto ao corpo, para disfarçar. Daí haver a tradição do "mês das noivas" em maio e a origem do buquê é explicada.
Wednesday, June 25, 2003
Hoje minha chefe disse que faz muita diferença ter-me em sua equipe. Logo depois, minha amiga de Uberlândia disse que realmente eu faço a diferença, para melhor. Vocês acham que eu vou ganhar algum prêmio ou isso é só uma estratégia para me acalmar antes de me enfiar em mais um projeto insuportável que era de outra pessoa?
Tuesday, June 24, 2003
Na minha infância em Santos eu tinha uma amiga inseparável chamada Mieko. Por algum motivo que eu desconheço, todos nos julgavam irmãs, mesmo sendo ela neta de japoneses. Era minha vizinha na rua que parecia um mundo. Eu morava no oito e ela no sete. Trocávamos de quintal, de varanda, de quarto a todo instante. Um dia seus pais se separam e ela mudou-se com a mãe para Curitiba. Eu já tinha nove anos e me lembro como chorei. Parecia uma tristeza sem fim. Trocávamos pelo menos duas cartas por semana. Com o tempo ela começou a visitar o pai que casara novamente e as férias eram sempre nossas. Morada do Sol, piscina e praia. As despedidas eram cada vez menos dolorosas. Os retornos menos esperados. As cartas rareando.
Também me lembro de minha vó. A única que conhecí. Eu a achava tão bonita e elegante. Muito mais do que a minha mãe. Creio que a primeira imagem que tenho dela é de um banho que eu não queria tomar. Três ou quatro anos. Ela descera a serra porque minha mãe sofrera uma cirurgia e ela achava que precisava cuidar dos dois netos. Lembro-me de minha mãe deitada e de minha vó querendo me dar banho. Por algum motivo parecido com timidez eu me neguei a tomar o banho dado por ela. Empaquei e esperei por meu pai, o salvador de sempre. Fora esse episódio, só me lembro de cumplicidades com minha vó. Lembro-me de sua voz no telefone me perguntando quanto faltava para eu ir passar uns dias com ela. Lembro-me das chegadas em sua casa. Lembro-me das espigas de milho que ela mandava comprar especialmente para mim. Lembro-me de sua cama onde dormíamos juntas. Sua devoção e preces as seis horas da tarde. Lembro-me principalmente do seu sorriso durante meus dias de férias com ela. Ela adoeceu. Como todos. Uma noite, ao voltar da faculdade, perguntei ansiosa para meu pai sobre o estado dela, que já se encontrava em casa. Ele disse que ela estava bem e pediu que eu dormisse em paz. As quatro da manhã meu pai me acordou e disse que ela tinha se ido. Na verdade, quando perguntei sobre ela, ele já sabia o que havia acontecido, mas achava que eu precisava dormir um pouco. Durante meses eu chorava toda vez que pensava nela. Com o tempo foi cessando e foi restando um orgulho e gratidão por ter convivido com ela até meus vinte e dois anos.
Um dia eu achei que havia encontrado o amor da minha vida. Em outro dia esse amor mudou-se de estado e eu achei que iria morrer. Na verdade morrí várias vezes e por várias horas. Achei que podia mudar o rumo das coisas e me mudei também. Viví nesse atalho por algum tempo e com alguma felicidade. Só que o meu rumo não era aquele e voltei. Derrotada. Abatida. Morta novamente. Memória infeliz que me fazia lembrar de cada cena, cada palavra, cada silêncio. Tudo era ela. Meu salvador foi dia-a-dia me lembrando que um dia aquilo passaria.
Não troco cartas com a Mieko. Ela virou comissária e trabalha numa companhia aérea na Ásia. Ainda tenho as lembranças que são doces.
Minha vó está em um ótimo lugar. Em momentos de confusão peço sua ajuda e sempre me lembro daqueles sorrisos.
O amor da minha vida foi só mais um amor. Lindo. Os setecentos quilômetros continuam entre nós, juntos com alguma mágoa e muito carinho. Os momentos bons começam a ser os que mais vem a mente e o choro cessou definitivamente.
Estou tentando me convencer que, apesar da crueldade, meu pai sempre esteve certo e a vida sempre segue o seu curso. Por maior que seja o amor e a saudade, um dia eles viram algo calmo e a vida coloca outras coisas em seus lugares. E isso não diminui o que sentí por nenhum deles. Foi assim e vai ser assim sempre.
Também me lembro de minha vó. A única que conhecí. Eu a achava tão bonita e elegante. Muito mais do que a minha mãe. Creio que a primeira imagem que tenho dela é de um banho que eu não queria tomar. Três ou quatro anos. Ela descera a serra porque minha mãe sofrera uma cirurgia e ela achava que precisava cuidar dos dois netos. Lembro-me de minha mãe deitada e de minha vó querendo me dar banho. Por algum motivo parecido com timidez eu me neguei a tomar o banho dado por ela. Empaquei e esperei por meu pai, o salvador de sempre. Fora esse episódio, só me lembro de cumplicidades com minha vó. Lembro-me de sua voz no telefone me perguntando quanto faltava para eu ir passar uns dias com ela. Lembro-me das chegadas em sua casa. Lembro-me das espigas de milho que ela mandava comprar especialmente para mim. Lembro-me de sua cama onde dormíamos juntas. Sua devoção e preces as seis horas da tarde. Lembro-me principalmente do seu sorriso durante meus dias de férias com ela. Ela adoeceu. Como todos. Uma noite, ao voltar da faculdade, perguntei ansiosa para meu pai sobre o estado dela, que já se encontrava em casa. Ele disse que ela estava bem e pediu que eu dormisse em paz. As quatro da manhã meu pai me acordou e disse que ela tinha se ido. Na verdade, quando perguntei sobre ela, ele já sabia o que havia acontecido, mas achava que eu precisava dormir um pouco. Durante meses eu chorava toda vez que pensava nela. Com o tempo foi cessando e foi restando um orgulho e gratidão por ter convivido com ela até meus vinte e dois anos.
Um dia eu achei que havia encontrado o amor da minha vida. Em outro dia esse amor mudou-se de estado e eu achei que iria morrer. Na verdade morrí várias vezes e por várias horas. Achei que podia mudar o rumo das coisas e me mudei também. Viví nesse atalho por algum tempo e com alguma felicidade. Só que o meu rumo não era aquele e voltei. Derrotada. Abatida. Morta novamente. Memória infeliz que me fazia lembrar de cada cena, cada palavra, cada silêncio. Tudo era ela. Meu salvador foi dia-a-dia me lembrando que um dia aquilo passaria.
Não troco cartas com a Mieko. Ela virou comissária e trabalha numa companhia aérea na Ásia. Ainda tenho as lembranças que são doces.
Minha vó está em um ótimo lugar. Em momentos de confusão peço sua ajuda e sempre me lembro daqueles sorrisos.
O amor da minha vida foi só mais um amor. Lindo. Os setecentos quilômetros continuam entre nós, juntos com alguma mágoa e muito carinho. Os momentos bons começam a ser os que mais vem a mente e o choro cessou definitivamente.
Estou tentando me convencer que, apesar da crueldade, meu pai sempre esteve certo e a vida sempre segue o seu curso. Por maior que seja o amor e a saudade, um dia eles viram algo calmo e a vida coloca outras coisas em seus lugares. E isso não diminui o que sentí por nenhum deles. Foi assim e vai ser assim sempre.
Nossa!! Parece alguma coisa do McGiver(?). Albieri, batata doce e um telescópio. Deixe-me ver...pegar uma batata doce, cloná-la, comê-las descontroladamente e gerar a maior quantidade possível de gases. Potencializar a pressão natural do gás através do telescópio, invertendo a entalpia (he he he) e lançar um grande míssil de gases que poderia acabar com uma população inteira de uma forma lenta. Blackmail. Chantagear o mundo com as batatas doces e gastar o dinheiro comprando uma ilhota no meio da Polinésia.
Monday, June 23, 2003
Clima pós semana temática. Por favor façam seus resumos dos eventos festivos frequentados na semana passada. Já me adianto em dizer que neste fim-de-semana prolongado eu usei minha fantasia de enfermeira e cuidei de um certo Oráculo congestionado e febril. Sendo assim, só pude visitar o hey hey hey o Hopi Hari é gay e dar uma leve visitada na caminhada arco-íris de ontem.
Wednesday, June 18, 2003
Tuesday, June 17, 2003
Minha memória está associada aos anos de colégio e sempre ligo as coisas como nove anos, quarta série, aparelho odontológico. Toda vez que preciso buscar um conforto emocional me lembro dos meus cinco anos de idade. Sei lá qual a razão disso, mas tenho cenas claras daquela fase. Na verdade eu penso cinco anos, pré-primário, margaridas. Eu roubava uma margarida todo dia da praça que tinha no caminho do colégio e dava para a minha mãe. Também penso cinco anos, pré-primário, pão de cará. Todo final de tarde, na volta da aula, minha mãe parava na padaria e me comprava o pão de cará mais macio e caramelado do mundo. Tenho tantas memórias dos cinco anos que poderia escrever um livro. Eu fui operada nesta idade e me lembro da queijadinha que pedí ao sair do hospital. Meu irmão me empurrou do muro e levei alguns pontos na testa nessa época. Ainda me lembro da cara dele de assustado e do motivo da briga: um chaveiro que meu pai me dera. Me lembro de ir para a praia quase todos os dias pela manhã e de tomar raspadinha de groselha. Me recordo de minha mãe dizendo que eu deveria respeitar o limite de "água na cintura" para entrar no mar e me lembro de passar deste limite todos os dias. Lembro daquela mulher acenando com a mão, me pedindo para sair do mar e me lembro de ignorar aquilo premeditadamente, só para fazê-la entrar na água e brincar um pouco comigo. Me lembro dos cinco como não me lembro dos vinte.
No meio do caminho tinha uma flor e isso não é poesia. Tinha uma árvore com a flor. Lilás. Simples e bonita. Meu olhar se desprendeu da flor e viu o rio Pinheiros. Podre. Água morta. Novo desprendimento e ví uma fila de carros parados. Confusão. Outra vez e ví o céu azul. Claro. Tentei mais uma e ví um bloco de prédios cinzentos. Queria fazer mais uma vez, mas me lembrei que ando sem óculos. Meus olhos arderam. Não enxergo de longe. Com certeza tinha um quadro colorido dentro de um daqueles prédios.
Monday, June 16, 2003
Thursday, June 12, 2003
Falando em chifres e sacanagens (isso parece título de livro de sexóloga de quinta categoria que depois vira prefeita), vamos tentar definir o que é um chifre na opinião de vocês:
a) alguém que você está saindo ficar com uma terceira pessoa (ou quarta, quinta, sexta e mais a torcida do Flamengo)
b) seu ou sua namorado (a) na mesma situação anterior
c) alguém que você está saindo ciscar prá todo canto enquanto vocês estão juntos
d) seu ou sua namorado (a) ciscar prá todo canto
e) prá você beijo na boca não tem nada com chifres e nas suas contas só fazendo barba, cabelo e bigode
f) na sua opinião chifre é uma bobagem que tentam te colocar na cabeça
e) você é do tipo Heloísa* e se masturbar pensando em outro(s) ou outra(s) já é motivo para atirar cinzeiros ou qualquer coisa que esteja a mão na cara do(a) infeliz
* Vide a obra de Manoel Carlos intitulada Mulheres Apaixonadas
a) alguém que você está saindo ficar com uma terceira pessoa (ou quarta, quinta, sexta e mais a torcida do Flamengo)
b) seu ou sua namorado (a) na mesma situação anterior
c) alguém que você está saindo ciscar prá todo canto enquanto vocês estão juntos
d) seu ou sua namorado (a) ciscar prá todo canto
e) prá você beijo na boca não tem nada com chifres e nas suas contas só fazendo barba, cabelo e bigode
f) na sua opinião chifre é uma bobagem que tentam te colocar na cabeça
e) você é do tipo Heloísa* e se masturbar pensando em outro(s) ou outra(s) já é motivo para atirar cinzeiros ou qualquer coisa que esteja a mão na cara do(a) infeliz
* Vide a obra de Manoel Carlos intitulada Mulheres Apaixonadas
Sol, céu azul, trânsito fluindo na marginal e pronto! Barulho de pneus seguido de barulho de batidas. Batidas. Quatro carros engavetados e o táxi onde estava seria o quinto, seguido bem de perto do cara de trás que seria o sexto. Quando me dei conta o táxi estava totalmente na perpendicular com relação a pista e ao carro da frente. O carro de trás idem. Nos cinco segundos que antecederam esta cena, ví a fumaça dos pneus queimando e fui levemente jogada para frente. Me virei rápido, para poder visualizar o carro que nos acertaria por trás. Por sorte e pelos freios, o motorista conseguiu nos evitar. Os motoristas deixaram seus carros e a moça que dirigia o último veículo envolvido no acidente só foi capaz de sentar-se no meio da rua e chorar.
Wednesday, June 11, 2003
Êeeeeee. Putaquepariu. Isso aqui tá parecendo um mercado de peixe. Um que grita. Outro que responde. A infeliz que se entope de perfume de melancia. E eu aqui querendo um pouco de silêncio para fazer meu trabalho honesto. Tá bom, o perfume não tem nada a ver com barulho, mas cheira muito mal e acaba com minha alergia.
Como é estranho acompanhar o movimento dos predadores. O tubarão que ataca a foca, o leão que ataca a zebra, a águia que ataca a cobra, a cobra que ataca tanta gente, mas que fica encantada lá na India. Os predadores tem sempre um detalhe especial em seu design, que facilita o sucesso de seus ataques a determinadas vítimas, mas na maioria das vezes ele conta mesmo é com o fator surpresa. A espreita. A aproximação discreta e pimba! O bote. O interessante é que nem sempre eles acertam. Mesmo com sua habilidades naturais ou com sua estratégia de ataque. De vez em quando o coelho foge da raposa, o leão marinho escapa da orca e o urso se embaralha com o salmão e o deixa escapar pelas mãos.
Momento Discovery.
Momento Discovery.
Tuesday, June 10, 2003
Vindo para o trabalho, me deparei com três pessoas diferentes em lugares também diferentes, mas com uma coisa em comum. As três estavam "limpando o salão" ou no português claro, com o dedo no nariz. Me questionei se hoje seria o Dia Internacional do Dedo do Nariz. Fui ao site do Guia dos Curiosos, mas não achei nenhuma referência a esta data. Como não pude confirmar a data, não posso prestar um serviço de utilidade pública, mas vale um aviso: estejam alertas em quem vocês dão um aperto de mão e cuidado com os esconderijos de caca!!
Depois de novamente assistir a Vida de Brian fiquei me perguntando quantos jovens iguais a Jesus fracassaram na sua carreira de messias. O número deve ser proporcional a quantidade de garotos que não conseguiram ser Ronaldinhos ou as meninas que não conseguiram ser Madonnas. Pensando dessa forma, é até justificável a forma como os astros pop são endeusados. Agora imaginem só se Jesus tivésse vivido na era da multimída, com direito a aparições na MTV e site pessoal na net?
Friday, June 06, 2003
Sapato apertado. Muito apertado! Durante 9 horas de um dia de trabalho. Na primeira hora, o sapato é só uma lembrança. Na terceira hora os dedos latejam. Na hora do almoço você procura um oportunidade para retirar o sapato, nem que seja por um minuto. Na hora de calçá-lo novamente, é como colocar a Etti dentro do shortinho de dança das Sheilas. Depois do almoço, o sapato, os pés, o tornozelo, tudo parece uma coisa só que queima e dói e não te deixa pensar em mais nada. Você então vai para casa com aquela urgência típica de quem está precisando muito fazer xixí. Você entra em casa e descontroladamente tira os sapatos. Pois é. É essa a sensação.
Thursday, June 05, 2003
E hoje é o Dia do Meio Ambiente. Por isso abra suas asas e solte suas feras. Libere suas cobras e lagartos, porque hoje é dia de bicho solto.
Tá bom, tá bom. Alguém há de dizer que o dia é do meio ambiente e não das cobras e lagartos, mas tá valendo do mesmo jeito. O que vale é a intenção e nesse dia especial vale colaborar com a natureza. Pegue aquele cara chato, aquele encosto que não sai da sua vida, aquela falecida ou falecido e passe prá frente. Recicle, porque a natureza agradece.
Tá bom, tá bom. Alguém há de dizer que o dia é do meio ambiente e não das cobras e lagartos, mas tá valendo do mesmo jeito. O que vale é a intenção e nesse dia especial vale colaborar com a natureza. Pegue aquele cara chato, aquele encosto que não sai da sua vida, aquela falecida ou falecido e passe prá frente. Recicle, porque a natureza agradece.
Hoje cedo ao sair de casa. Na porta esperando o táxi. Pára um tiozinho de uns 70 anos com o carro na porta de casa. Eu fiquei olhando prá ele, com a esperança de que algo parecido com educação ou simancol lhe batesse a mente e o levasse a tirar o carro dalí. Nada. Entrei no táxi e o tiozinho me olhou com um sorriso vencedor no rosto. Pedí para o taxista encostar o carro, porque hoje eu estava no embalo de arranjar encrenca logo cedo. Descí e fui até o homem do carro. Olhei para ele e pedí que retirasse o carro dalí porque eu estava entrando para pegar a chave e tirar o carro do meu irmão da garagem. Ele falou para mim: "mas acho que dá para passar". Eu respondí: "é claro que não dá para passar, mas não tem problema porque eu vou bater e o senhor vai pagar". Ele olhou prá mim e disse: "uma menina tão bonitinha e tão mal humorada". Eu retruquei: "tão idoso e ainda não aprendeu a ter educação". Por fim, ele retirou o carro contrariado.
Por que é tão difícil respeitar o direito do próximo e ter um pouquinho de educação?
Por que é tão difícil respeitar o direito do próximo e ter um pouquinho de educação?
Wednesday, June 04, 2003
> QUASE
> > Ainda pior que a convicção do não, a incerteza do talvez é a desilusão de um "quase". É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi.
> Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou.
> Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.
> Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor, não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cor, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz.
> A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são.
> Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza. O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.
> Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência, porém, preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer.
> Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar.
> Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu!!
>
Tuesday, June 03, 2003
Primeira cirurgia de mudança de sexo faz 50 anos e eu pensando na minha tatuagem. No fim-de-semana eu pensei sobre como seria tê-la no meu corpo por volta de 2034. Fiz considerações do tipo ela é pequena, eu não a vejo a todo instante, nem sempre me lembro que tenho uma, etc. Minha última consideração foi que, se estiver muito ridículo, posso passar no laser e ficar com uns quelóides no lugar dela.
Agora pensem na pessoa (ôo palavrinha) que fez a cirurgia. Não tem laser, não tem quelóide, não dá para dizer que é pequena, que não se vê e não dá para reinstalar o original. Eu acho.
Agora pensem na pessoa (ôo palavrinha) que fez a cirurgia. Não tem laser, não tem quelóide, não dá para dizer que é pequena, que não se vê e não dá para reinstalar o original. Eu acho.
Superei a dor, o sermão, o mal-estar e vim trabalhar. Fui na UOL dar uma olhada nas novidades e percebí que realmente eu estou meio mole e afetada por problemas físicos. Fiquei uns 5 minutos entre 3 "manchetes": Ricky Martin declara que quando vai à Índia não usa cuecas. Logo abaixo estava uma outra chamada: primeira cirurgia de mudança de sexo faz 50 anos. Imediatamente abaixo: homem recupera Picasso que perdeu no metrô. Sério, fiquei 5 minutos olhando essas 3 chamadas e pensando se era um trocadilho infame.
Hoje amanhecí com uma dor de garganta filhadaputa. Junto com ela um pouco de dor de ouvido. Aproveitando a promoção do compre 1, leve 2 a preço de 3, veio junto também, um pouco de febre e moleza no corpo. Ainda na cama, pensei: levante-se Sá, lembre-se que você é foda!! Me levantei e descí para tomar um remédio. Minha mãe já começou a resmungar que eu não me alimento direito, não durmo direito, vivo com problema de garganta, com gripe, com tosse, que isso é falta de vitamina e de uma vida regrada, bla bla blá. Na mesma hora percebí que, na verdade, foda é minha mãe. Eu sou no máximo fodinha e olha lá!
Monday, June 02, 2003
Subscribe to:
Posts (Atom)