Saturday, January 21, 2012

Memória do cheiro

Minha memória é um traço marcante.
Imagens, sons e sabores de anos brotam na minha frente como se tivessem sido experimentados ontem. Ouço um som que me desperta a lembrança de algo parecido.
Toques e cheiros fazem marcas mais fracas. Talvez não sejam marcas mais fracas porque daquilo que recordo tenho a sensação latente.
Tive um olfato apurado até fazer estágio numa usina. Depois disso minha alergia respiratória alcançou níveis extremos e a rinite virou parceira de quase toda hora. Não percebo mais os detalhes dos cheiros e há dias em que realmente não sinto aroma algum. Minhas memórias olfativas normalmente estão ligadas à acontecimentos de infância e adolescência com algumas exceções.
Já o tato é uma coisa diferente. Eu lembro dos toques e das sensações. Sou uma típica taurina que adora massagens e carinhos... o estranhamento se dá porque eu não revivo a sensação como nos outros sentidos. Nunca acontece de sentir um toque que me remeta a outro toque. O único contato que me faz reviver coisas passadas é o toque de certos ventos.

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